Chacina em Nossa Senhora Parecida: cidade mudou de nome após milagre em fundador
Apesar de pouco conhecida, a história do local possui uma série de fatores marcantes; confira
Ao todo, 10 cidades do Brasil homenageiam Nossa Senhora Aparecida em seu nome. Isso é o que aponta o levantamento feito pelo G1, que utilizou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além de São Paulo, onde Aparecida guarda o maior templo dedicado à Maria no planeta, também há municípios que carregam a fé no nome em Goiás, Paraíba, Tocantins, Mato Grosso do Sul, Paraná, Minas Gerais e Sergipe. Inclusive, em Sergipe, um milagre mudou de um povoado, que hoje é destino de romarias em homenagem à Padroeira no nordeste.
Em entrevista ao portal da Globo, a historiadora Isabela Cruz explicou a origem da cidade de Nossa Senhora Aparecida, que antes de ser “batizada” era um povoado conhecido por Maniçoba. O filho de um dos fundadores da comunidade, José Torquato de Jesus, deixou a cidade aos 33 anos, em 1956, para viver em São Paulo, onde anos depois foi acometido por uma doença.
A história é contada no livro “Nossa Senhora Aparecida, história, fé e identidade“, publicado em outubro de 2015 por três pesquisadores, entre eles Isabela, que é da família do fundador da cidade. De acordo com a historiadora, após o diagnóstico desfavorável dado a José Torquato, a família se uniu em oração e ele prometeu à santa que batizaria a cidade com seu nome caso fosse curado.
Apesar de não ser possível confirmar com exatidão, acredita-se que ele teve melhora do quadro de saúde entre 12 e 30 de maio e, então, cumpriu a promessa. A cidade foi oficialmente reconhecida com o novo nome em 24 de dezembro de 1975.
Vítimas da chacina
Apesar da história de superação, a cidade foi marcada por um evento brutal. Seis homens foram mortos a tiros dentro de um carro na noite do último sábado (8), no Povoado Lajes, no município de Nossa Senhora Aparecida. Três vítimas eram da cidade de Ribeirópolis e as outras três do município de Carmópolis.
Um dos indivíduos de envolvimento na chacina já foi preso, mas outros dois continuam foragidos da polícia. De acordo com as autoridades, o crime ocorreu após uma discussão durante um campeonato de sinuca na região. Abaixo, saiba quem foram as vítimas da chacina:
- Jeovane Góis Lima
O mecânico de 31 anos era solteiro e não tinha filhos. Segundo a família, era muito tranquilo e querido entre todos que o conheciam.
- João Paulo Santana Bispo
Com 31 anos, João também era morador da cidade de Ribeirópolis.
- José Valduilson Oliveira
Com 61 anos, José Valduilson havia se aposentado há pouco tempo. Segundo familiares, ele era casado e deixa dois filhos. Os velórios de João Paulo, Jeovane e José Valduilson foram realizados no mesmo local, no Ginásio de Esportes de Ribeirópolis. Os sepultamentos ocorrem no cemitério municipal.
- Jadson Souza de Carvalho
O ajudante de pedreiro, de 26 anos, era casado e não tinha filhos. Ele trabalhava na cidade de Japaratuba, onde morava. O velório foi marcado para a cidade de Itabaiana, na casa de familiares, e o sepultamento em Frei Paulo, onde ele nasceu.
- Jeferson Sabino Bonfim
O autônomo de 29 anos, era casado e não tinha filhos. Morava na cidade de Carmópolis, e de acordo com a família, era uma pessoa comunicativa e amorosa. O velório e o sepultamento ocorreram no último domingo (8), no município.
- Adriano Bispo dos Santos
Amigo de Jeferson, Adriano tinha 36 anos, era pedreiro e morava em Carmópolis. Ele deixou esposa e um filho de oito anos. O sepultamento foi realizado no domingo (8), em Siriri, cidade onde a vítima nasceu.