A ideia de que no Brasil não existem desastres naturais violentos como tornados é um grande equívoco, revelado por estudos detalhados realizados por especialistas. Derrubando esta crendice popular, pesquisas como a da Universidade Estadual de Campinas apontam o Contrário, demonstrando que o país está muito mais suscetível a esses fenômenos do que se pensava anteriormente.
Embora a maioria das pessoas pense nos Estados Unidos como o berço dos tornados, fenômenos similares têm assolado várias regiões brasileiras, evidenciando a necessidade de aprofundar os estudos e a preparação contra esses eventos. A falta de um sistema de detecção robusto em território nacional apenas intensifica esse desafio.
Como os tornados são formados?
Os tornados no Brasil geralmente ocorrem quando uma tempestade supercélula se instala. Isso se dá devido ao intenso contraste entre massas de ar quente e frio. Essas condições geram volumes de nuvens densas e pesadas, caracterizando os tornados por seu formato de cone e poderosos movimentos em espiral.
Qual o estado mais atingido por tornados no Brasil?
Contra todas as expectativas, São Paulo lidera o ranking dos estados mais afetados, seguido por Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Enquanto o relevo e as condições atmosféricas do sul do país seriam, teoricamente, mais propícias para a ocorrência desses fenômenos, São Paulo surge como um ponto crítico devido, em parte, à crescente urbanização e suas consequências climáticas.
Maiores tornados do Brasil
- Itu – SP (1991): Com ventos de cerca de 300 km/h, derrubou um obelisco de 100 toneladas, arrastou carros por 700 m e provocou 15 mortes. Fortes chuvas associadas causaram blecaute de 18 horas que provocou mais de 300 acidentes de trânsito.
- Nova Laranjeiras – PR (1997): Tornado que destruiu aproximadamente 80% da cidade de Nova Laranjeiras. Existem dúvidas sobre a classificação como um F3 ou F4.
- Indaiatuba – SP (2005): Filmado pela câmera de uma concessionária rodoviária, foi um tornado multivórtice, ou seja, além do funil central tinha outros menores. Até então esse tipo de tornado só havia sido registrado nos Estados Unidos, país campeão em ocorrências do fenômeno. Casas foram arrancadas do chão, a energia elétrica interrompida pela queda de árvores e 15 mortes registradas. Os ventos chegaram, pelo menos, a 250 km/h.
- Guaraciaba – SC (2009): Avaliado como F4, o tornado registrou velocidade dos ventos mais fortes passando de 400 km/h. O prejuízo estimado da região foi de R$ 160 milhões. 4 pessoas morreram durante a catástrofe.
Estratégias de Prevenção e Monitoramento
A detecção precoce de tornados é um desafio constante para os meteorologistas. O Brasil, comparativamente aos EUA, possui uma infraestrutura menos desenvolvida para o monitoramento desses eventos. A implementação de radares específicos para tornados, como os Doppler, e sistemas de alerta eficazes poderiam diminuir significativamente os danos e perdas humanas causadas por esses desastres naturais.
Recentemente, o Sistema Brasileiro de Detecção de Descargas Atmosféricas, o BrasilDat, foi desenvolvido com a intenção de cobrir essa lacuna. Apesar de não ser tão especializado quanto os radares, ele possui a capacidade de monitorar formações severas de tempestades que podem levar à geração de tornados.
Um dos fenômenos mais marcantes registrados foi o tornado em Itu, em 1991, que alcançou ventos de 300 km/h e deixou um rastro de destruição. Esse evento ressalta a urgência em melhorar o sistema de alerta e a infraestrutura de segurança para enfrentar tais situações extremas.
- Preparação de comunidades: Treinamentos e simulados são essenciais.
- Educação e conscientização: Informar a população sobre como agir em caso de tornados.
- Investimento tecnológico: Ampliar a rede de monitoramento meteorológico para tornados.
O conhecimento e a preparação são as principais ferramentas contra os imprevisíveis danos dos tornados. Assim, é fundamental que continuemos nos empenhando para fortalecer nossa resilência frente a esses impactantes fenômenos naturais.