Em uma manhã marcada por intensa atividade policial, a Polícia Federal iniciou uma grande operação envolvendo as Lojas Americanas nesta quinta-feira (27). Os ex-executivos do grupo, incluindo os já internacionalmente foragidos Miguel Gutierres e Anna Christina Ramos Saicali, enfrentam acusações sérias de fraudar resultados financeiros que influenciaram diretamente o mercado de ações.
A ação, que recebeu o nome de Operação Disclosure, envolveu a emissão de 15 mandados de busca e apreensão e o estabelecimento do bloqueio judicial de cerca de R$ 500 milhões em bens dos implicados.
O cerne do esquema estava no embelezamento artificioso dos números financeiros da empresa, com o intuito de enganar investidores e reguladores. Segundo o inquérito, a manipulação dos resultados incluía técnicas como o “risco sacado” e o uso indevido de verbas de propaganda cooperada (VPC). Essas manobras notoriamente inflavam os valores de caixa e, por conveniência, valorizavam as ações da companhia na bolsa de valores.
Objetivo dos ex-executivos com a fraude
Miguel Gutierres e Anna Christina Ramos Saicali e outros envolvidos buscavam benefícios duplos com suas táticas ilícitas: recebiam bônus milionários baseados no desempenho inflado e lucravam vendendo suas ações superestimadas no mercado financeiro. Táticas que culminaram em acusações por manipulação de mercado e uso de informação privilegiada.
O posicionamento da Americanas S.A. sobre as acusações
A Americanas divulgou a seguinte nota:
“A Americanas reitera sua confiança nas autoridades que investigam o caso e reforça que foi vítima de uma fraude de resultados pela sua antiga diretoria, que manipulou dolosamente os controles internos existentes. A Americanas acredita na Justiça e aguarda a conclusão das investigações para responsabilizar judicialmente todos os envolvidos.”
Além das buscas e apreensões, a PF e o Ministério Público Federal trabalharam intensamente para detrair a malha complexa de irregularidades que culminou nesta que pode ser uma das maiores fraudes comerciais já registradas no país. Os nomes de Miguel e Anna Christina foram adicionados à Difusão Vermelha da Interpol, sinalizando seus status como fugitivos e procurados globalmente.