Condenada por esquematizar a morte dos próprios pais, e atualmente cumprindo a pena no regime aberto, Suzane Von Richthofen, de 41 anos, prestou concurso público para ingressar no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). As provas para o cargo de escrevente, com salário de R$ 6.043, aconteceram no último domingo (8).
Pelo fato de ainda não ser formada na área — Suzane estuda direito na Universidade São Francisco —, ela não pode concorrer a um cargo de nível superior. Vale mencionar que as informações foram divulgadas pela coluna True Crime, do jornal O Globo.
Segundo a coluna, o concurso teve 1.335 inscritos para a vaga, mas apenas 35 candidatos vão avançar para a segunda fase, que será uma prova prática. O TJSP informou que, mesmo que Suzane seja aprovada, ela pode não assumir o cargo pois terá que apresentar um atestado de antecedentes criminais. Isso porque, dependendo do crime cometido, o candidato pode ser desclassificado. Ainda assim, a estudante de direito poderia recorrer à Justiça, se assim achar necessário.
Relembre quem é Suzane Von Richthofen
Suzane Von Richthofen participou do assassinato dos pais, Manfred e Marísia Von Richthofen, em 31 de outubro de 2002, tendo sido condenada a 39 anos de prisão. Ela deixou a cadeia em janeiro do ano passado, após ficar mais de 20 anos presa.
O crime, à primeira vista, parecia latrocínio. No entanto, Suzane e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos confessaram o homicídio. Vale lembrar que Suzane e Daniel eram namorados à época.
Os três planejaram o crime, executado na casa da família, na zona sul de São Paulo. Na época, ela havia dito às autoridades que os pais não aprovavam o namoro e faziam pressão para que ela rompesse o relacionamento. Ainda de acordo com o depoimento, os pais teriam passado a desaprovar a relação após terem descoberto que os jovens usavam drogas.
Alteração em seu nome
Em dezembro do ano passado, ela mudou seu nome para Suzane Louise Magnani Muniz, após declarar união estável com o médico Felipe Zecchini Muniz, de 39 anos, em um cartório de Angatuba, no interior paulista. O casal tem um filho, Felipe, que nasceu em janeiro de 2024.
Inclusive, muitos andam se perguntando se essa atitude pode alterar a ficha criminal dela, visto que ela foi condenada pelo assassinato dos pais e é amplamente conhecida pelo sobrenome das vítimas. De acordo com o advogado Rafael Gonçalves, ouvido pelo portal Metrópoles, qualquer outra pessoa registrada, após atingir a maioridade, pode requerer, independentemente de decisão judicial, a alteração de seu prenome, de forma imotivada. Para isso, basta comparecer no cartório de registro civil munido de certidões e documentos pessoais manifestando apenas o seu desejo.
O especialista explicou se isso pode, de fato, impactar no registro criminal. Acompanhe: “A alteração do prenome não altera o histórico criminal ou ficha de antecedentes, que serão atualizados nos sistemas e facilmente consultados. Em resumo, a Suzane muda o prenome, mas não apaga a vida criminosa dela. Qualquer agenda pública que tiver acesso às pesquisas vai saber que trata-se da mesma pessoa”, garantiu (via Metrópoles).