Vulcões zumbis são aqueles que, apesar de não entrarem em erupção há milhares de anos, ainda apresentam sinais de atividade interna. O termo “zumbi” refere-se à sua aparente inatividade, mas com características que sugerem que ainda estão “vivos” sob a superfície.
Um exemplo é o Uturuncu, localizado na Cordilheira dos Andes, que não entra em erupção há mais de 250 mil anos, mas continua a mostrar sinais de inquietação geológica.
Esses vulcões são monitorados de perto por cientistas, pois suas atividades podem fornecer informações valiosas sobre processos geológicos subterrâneos. A pesquisa sobre vulcões zumbis ajuda a entender melhor como os sistemas vulcânicos funcionam e quais são os sinais que podem indicar uma possível reativação.
Como o Uturuncu está despertando a curiosidade científica?
O Uturuncu, situado no sudoeste da Bolívia, tem intrigado cientistas devido à sua atividade geológica contínua. Estudos de radar via satélite revelaram que a área ao redor do cume do vulcão tem se elevado e abaixado, formando uma estrutura semelhante a um sombreiro. Essa deformação é um dos sinais que indicam que o vulcão ainda possui atividade interna significativa.
Pesquisadores têm utilizado uma combinação de dados de satélite, análise sísmica e modelos computacionais para investigar o que está acontecendo sob a superfície do Uturuncu.
Esses estudos revelaram que a atividade não é causada por magma em movimento, mas sim por uma complexa interação entre magma, gases e fluidos salinos em um sistema hidrotermal.
Qual é o papel do sistema hidrotermal no Uturuncu?
A uma profundidade de 10 a 20 quilômetros, encontra-se o Corpo Magmático Altiplano-Puna, um vasto reservatório de magma que interage com a cordilheira acima. Essa interação aquece fluidos subterrâneos, liberando gases que migram para a superfície, causando tremores e deformações na rocha.
Os cientistas identificaram que esses processos são responsáveis pelos sinais de atividade do Uturuncu, como a liberação de vapor e a elevação superficial. No entanto, a pesquisa sugere que, apesar dessa atividade, o vulcão não está prestes a entrar em erupção, mas sim passando por um processo de desgaseificação.
Implicações futuras das descobertas no Uturuncu
As descobertas no Uturuncu têm implicações significativas para a avaliação de riscos vulcânicos e o aproveitamento de recursos naturais. A combinação de técnicas de pesquisa, como análise sísmica e modelagem computacional, pode ser aplicada a outros vulcões para entender melhor sua estrutura interna e estágio de desenvolvimento. Essa abordagem integrada é fundamental para identificar vulcões que possam representar riscos futuros ou oportunidades de exploração.
Compreender a dinâmica interna dos vulcões zumbis pode revelar alvos potenciais para a extração de energia geotérmica e metais essenciais para tecnologias modernas, contribuindo para o avanço da ciência e da indústria.