A jararaca-da-moela, uma espécie de serpente endêmica da Ilha da Moela, em Guarujá, no litoral de São Paulo, foi descoberta há cerca de três anos.
Este réptil é objeto de estudo do Instituto Butantan, que busca compreender melhor suas características e promover sua conservação. A iniciativa faz parte de um projeto mais amplo que inclui outras espécies de jararacas nativas de ilhas brasileiras.
O Instituto Butantan inaugurou recentemente uma nova sede do Laboratório de Ecologia e Evolução (LEEv) para facilitar pesquisas sobre a conservação de serpentes ameaçadas de extinção. Este laboratório está localizado próximo ao Museu da Vacina, na capital paulista, e visa proteger espécies como a jararaca-da-moela e a jararaca-ilhoa.
Quais são as características da jararaca-da-moela?
A jararaca-da-moela, cientificamente conhecida como Bothrops germanoi, foi nomeada em homenagem a Valdir Germano, um colaborador do Butantan.
Esta serpente possui uma coloração que varia entre cinza e marrom e pode atingir até 60 centímetros de comprimento. Alimenta-se principalmente de pequenos anfíbios e apresenta características morfológicas distintas, como uma cabeça menor em comparação com outras jararacas insulares.
Esta espécie foi descoberta por herpetólogos do Butantan na Ilha da Moela, situada a dois quilômetros da costa de Guarujá. A ilha oferece um habitat único que contribui para a singularidade da jararaca-da-moela, destacando a importância de sua conservação.
Quais outras espécies de jararaca estão sendo estudadas pelo Butantan?
Além da jararaca-da-moela e a jararaca-ilhoa, o Instituto Butantan estuda outras espécies de jararacas insulares:
- Jararaca-de-alcatrazes (Bothrops alcatraz): encontrada na ilha de Alcatrazes, São Paulo.
- Jararaca-de-vitória (Bothrops otavioi): nativa da ilha da Vitória, em Ilhabela, São Paulo.
- Jararaca-dos-franceses (Bothrops sazimai): originária da ilha dos Franceses, Espírito Santo.
Qual é a importância da nova sede do LEEv?
A nova sede do Laboratório de Ecologia e Evolução do Instituto Butantan está situada em um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica da cidade de São Paulo. Com uma área de 1.538m², o laboratório se dedica ao estudo da evolução e conservação de répteis, com foco especial em espécies ameaçadas.
O LEEv planeja, no futuro, estabelecer o primeiro criadouro científico para a conservação de espécies no Brasil, começando pela jararaca-ilhoa, que está em crítico risco de extinção.
As visitas ao laboratório são abertas ao público, com horários específicos e necessidade de inscrição prévia, garantindo acessibilidade para Pessoas com Deficiência.