Onda de demissões no Brasil está assustando empresários

Veja o que tem motivado tantas demissões em terras brasileiras nos últimos tempos

Segundo um levantamento feito nesta semana pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a insatisfação com o salário, a falta de reconhecimento, problemas com o patrão e questões éticas do trabalho estão entre as principais motivações para os pedidos de demissão dos brasileiros. A pesquisa é a mais abrangente já feita com trabalhadores no regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Entre novembro de 2023 e abril de 2024, foram registrados 3,77 milhões de pedidos de desligamento em terras brasileiras. Inclusive, no ano passado, o país quebrou o recorde com 7,3 milhões de demissões voluntárias, representando uma alta de 7,9% em relação ao ano anterior (2022). Diante deste cenário, diversos empresários estão ficando preocupados.

Por meio de um questionário enviado pelo aplicativo Carteira de Trabalho (disponível para Android e iOS), foram coletadas respostas de 70.963 profissionais. Desse total, 53.692 reconheceram o pedido de demissão. Veja mais detalhes sobre o levantamento do MTE.

O que tem motivado tantos pedidos de demissão?

Dentre os motivos para deixar o emprego, a remuneração ainda tem o maior peso na decisão: 32,5% dos profissionais pediram demissão por conta do salário baixo. Na média, 58% conseguiram ganhar mais após a mudança e a mesma porcentagem vale para os profissionais que conseguiram se recolocar no mercado de trabalho formal até junho deste ano.

15,7% dos trabalhadores citaram a falta de flexibilidade no emprego, o que é uma das prioridades para os profissionais atualmente, principalmente entre os mais jovens. Além disso, os entrevistados citaram a dificuldade de mobilidade entre sua casa e o escritório (21,7%) e o estresse com o trabalho (23%).

Destaques da pesquisa

Principal motivo para o pedido de demissão

  • 36,5% já tinham outro emprego em vista;
  • 32,5% tinham como motivação o baixo salário;
  • 24,7% indicaram que seu trabalho não era reconhecido;
  • 24,5% tinham problemas éticos com a forma de trabalho da empresa;
  • 16,2% tinham problemas com a chefia imediata;
  • 15,7% citaram a inexistência de flexibilidade da jornada.

Questões adicionais ou externas para o pedido de desligamento

  • 27,8% indicaram que nenhuma questão externa mencionada foi relevante para a decisão;
  • 23,0% citaram o adoecimento mental pelo estresse do trabalho;
  • 21,7% mencionaram dificuldade de mobilidade entre a casa e o trabalho;
  • 18,6% indicaram estar buscando outro tipo de trabalho;
  • 9,1% citaram a necessidade de cuidar de criança ou membro da família.

Demissão por “fit cultural” viraliza nas redes

Na última semana, o vídeo postado no TikTok pela brasileira Alana Martins, de 23 anos, viralizou. Isso porque ela registrou o momento em que foi demitida, com seus superiores e equipe de Recursos Humanos alegando que ela não tinha “fit cultural” com a companhia.

Segundo a Alana, que trabalhava com UX designer em uma empresa no Paraná, a companhia decidiu encerrar o contrato após ela se negar a disponibilizar gratuitamente, para todos os funcionários, conteúdos educacionais produzidos por ela. Os materiais fazem parte de uma série de aulas que ela ministrou, a pedido de seus superiores, para capacitar futuros colaboradores.

Como é de se imaginar, os internautas começaram a se questionar o que é fit cultural. De acordo com Janine Goulart, sócia da KPMG e líder da área de pessoas, o termo se refere ao grau de compatibilidade entre os valores e crenças de um funcionários e os valores, crenças e comportamentos que determinam a cultura da empresa.

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