Parece que o governo Bolsonaro está animado com a criação do novo programa social para distribuição de renda, o Renda Brasil, que deve ser lançado antes da última parcela do auxílio emergencial de R$ 600. A ideia do presidente Jair Bolsonaro é anunciar o programa que vai substituir o Bolsa Família daqui a um mês, em agosto, no Palácio do Planalto.
Bolsonaro quer que o Renda Brasil seja aprovado antes que o Congresso se organize para desenvolver outra medida semelhante ao programa. De acordo com líder do governo no Senado, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), o lançamento deve ser feito até o dia 14 de agosto.
“Com o Renda Brasil, Bolsonaro vai ter as condições de fato de disputar as eleições com chance de ser o primeiro colocado em 2022”, disse Fernando Bezerra em entrevista ao Valor Econômico. Ainda segundo Bezerra, esta seria uma maneira muito interessante para Jair Bolsonaro se manter forte até as próximas eleições.
Estratégia por trás do Renda Brasil
A aproximação com as camadas mais pobres é uma das motivações de Bolsonaro com a criação do Renda Brasil. Em teoria, o presidente planeja extinguir o Bolsa Família, que é fortemente associado ao ex-presidente Lula, para dar espaço ao seu mais novo projeto social. Dessa maneira, os beneficiários remeteriam os repasses a Bolsonaro.
Entretanto, o Bolsa Família é apenas um dos programas sociais que devem ser deixados de lado. Isso porque, entre as propostas do Renda Brasil, estaria a exclusão de outros benefícios considerados pelo governo como “ineficientes”. São eles:
- Abono salarial;
- Seguro-defeso;
- Farmácia popular.
Segundo o governo, é necessário respeitar o teto de gastos, uma vez que esses programas poderiam ser excluídos por não serem considerados eficientes. Em contraponto, a exclusão dos benefícios existentes atualmente pode gerar resistência por parte do Congresso.
Ao ser lançado, o programa precisa de uma aprovação do Senado e da Câmara dos Deputados. De acordo com o senador Humberto Costa (PT-PE), ainda não há informações concretas sobre o programa arquitetado pelo governo Bolsonaro e que haverá oposição se o Renda Brasil excluir benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
