Pesquisadores do Imperial College London, da Inglaterra, e da Universidade de Lund, da Suécia, descobriram que a combinação de estatinas com ezetimiba pode ser uma estratégia eficaz para reduzir o risco de novos eventos cardiovasculares em pacientes que sofreram um infarto.
O estudo, publicado no Journal of the American College of Cardiology, destaca que muitos pacientes não recebem esses medicamentos em conjunto após um ataque cardíaco.
A prática atual de prescrição de estatinas isoladamente pode resultar em ataques cardíacos e mortes evitáveis, além de aumentar os custos médicos.
Por que a combinação de estatinas e ezetimiba se mostra eficaz?
A doença cardiovascular é a principal causa de morte no mundo, e o infarto é sua manifestação mais grave.
Após um ataque cardíaco, as artérias coronárias dos pacientes ficam mais inflamadas, aumentando o risco de novos eventos. As diretrizes de cardiologia recomendam a redução rápida do LDL-C, o “colesterol ruim”, nesses pacientes.
O tratamento tradicional envolve o uso de estatinas, e, se necessário, a introdução gradual de ezetimiba. No entanto, o estudo recente sugere que a combinação precoce desses medicamentos pode ser mais eficaz.
A pesquisa analisou dados de 36 mil pacientes suecos e mostrou que aqueles tratados precocemente com ambos os medicamentos atingiram níveis ideais de colesterol e tiveram menor risco de eventos cardiovasculares.
Por que a combinação não é amplamente adotada?
Apesar dos benefícios comprovados, a combinação de estatinas e ezetimiba não é amplamente oferecida devido ao “princípio de precaução”.
Esse princípio prioriza a cautela na adoção de novas intervenções, mesmo quando há dados promissores. A prática comum visa evitar possíveis efeitos colaterais ou a supermedicação.
No entanto, o estudo concluiu que a administração conjunta dos medicamentos logo após o infarto traz benefícios significativos. A ezetimiba é barata, fácil de encontrar e quase não causa efeitos colaterais, tornando-a uma opção viável para complementar o tratamento com estatinas.