Na última sexta-feira (9), o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, cancelou os planos de visitar a Ásia Central e a Mongólia no fim de semana por conta de um aviso sem precedentes de que o risco de um grande terremoto na costa do Pacífico era maior do que o normal.
Um dia antes do cancelamento de sua ida, a Agência Meteorológica do Japão (JMA) emitiu o primeiro alerta sobre o risco de um grande tremor de terra na costa do pacífico do país. Vale mencionar que, no mesmo dia, um terremoto de magnitude 7,1 atingiu a ilha de Kyushu.
“Decidi ficar no país durante a próxima semana ou mais para garantir que os nossos preparativos e comunicações estão em ordem“, disse Kishida durante a conferência de imprensa realizada na sexta-feira (9). Apesar da declaração, o primeiro-ministro não informou um prazo para o potencial evento, tampouco fez um pedido de retirada de moradores.
“Mas é a primeira vez que é emitido [um alerta do tipo] e acredito que as pessoas ficariam ansiosas com isso“, acrescentou. “Consequentemente, decidi cancelar a minha visita planejada à Ásia Central e à Mongólia“, concluiu Kishida.
Medidas tomadas até o momento
O governo japonês deve tentar marcar reuniões online com os líderes regionais, segundo a emissora pública NHK. A visita ao Cazaquistão, Uzbequistão e Mongólia estava originalmente programada para ocorrer de sexta a segunda-feira (12).
Além disso, a JMA alertou para uma maior probabilidade de um grande terremoto no vale de Nankai, uma fossa no fundo do oceano que corre ao longo da costa do Pacífico do Japão, onde tremores anteriores provocaram ondas gigantes, os famosos tsunamis.
Como informado há pouco, o primeiro-ministro do país não indicou que um terremoto aconteceria, mas encorajou as pessoas a estarem prontas para se deslocarem, caso seja necessário.
Novo informe
Geralmente, o Japão estima a probabilidade de um terremoto de magnitude 8 ou 9 acontecer nos próximos 30 anos em 70% a 80%, o que equivale a uma chance em 1.000 de um tremor em qualquer semana. Após o novo comunicado, essa probabilidade aumentou para uma em 100, de acordo com a JMA.
Por conta disso, segundo informações da NHK, alguns supermercados em Shizuoka estão relatando escassez de abastecimento depois que clientes compraram água engarrafada e pacotes de arroz. Inclusive, a emissora local mostrou uma placa em um estabelecimento que dizia: “Atualmente estamos sem água engarrafada após relatos do terremoto de Nankai” e pedindo desculpas aos clientes.
O sistema utilizado nos dias de hoje no Japão foi implementado em 2019, quando o governo procurou estabelecer uma forma de chamar a atenção do público para potenciais tremores de terra, apesar da dificuldade de prever quando um poderia ocorrer. Sendo assim, algumas companhias e autoridades locais também tomaram medidas de precaução em resposta ao alerta, numa altura em que o país se prepara para entrar na época de férias do verão.
Como você já deve imaginar, o Japão é um dos países mais propensos a terremotos do mundo. Em 2011, mais de 15 mil pessoas morreram durante o tremor de terra de magnitude 9, que desencadeou um tsunami avassalador e o colapso de três reatores em uma usina nuclear.