Desde 1976, uma lei nos Estados Unidos determinou a coleta de dados sobre um grupo étnico específico: “americanos de origem ou descendência espanhola”. No entanto, os brasileiros não são considerados “hispânicos ou latinos” de acordo com essa lei. Embora a América Latina seja composta por uma diversidade de países e culturas, a legislação classificava esse grupo de maneira específica.
O texto do Congresso Americano estabeleceu que “americanos que se identificam como sendo de língua espanhola e traçam sua origem ou descendência no México, Porto Rico, Cuba, América Central e do Sul e outros países de língua espanhola” são considerados hispânicos. Portanto, os 20 países de língua espanhola na América Latina foram incluídos na classificação, mas não o Brasil ou outros países latinos que não são hispânicos e falam outras línguas além do espanhol.
Essa classificação tem implicações importantes em várias áreas, como emprego, educação e políticas públicas. Por exemplo, programas de ação afirmativa nos Estados Unidos geralmente se aplicam a grupos hispânicos, mas não a outros grupos latinos, como brasileiros ou haitianos.
Portanto, muitos brasileiros nos Estados Unidos enfrentam desafios específicos quando se trata de acesso a recursos e oportunidades, já que não são considerados hispânicos.
Definição de “hispânico” teve alterações
Até a definição de 1977, a palavra “hispânico” era considerada uma identidade étnica nos Estados Unidos, distinta da raça, que se baseia em características físicas herdadas entre gerações.
Enquanto a etnia hispânica era geralmente associada a uma identidade cultural e linguística compartilhada pelos falantes de espanhol ou descendentes de países de língua espanhola, a raça era vista como uma construção social que categorizava as pessoas com base em características como cor da pele, tipo de cabelo e traços faciais.
Há quase 20 anos depois, a definição foi alterada e considerada como “hispânico latino”.