O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, afirmou durante o Rio Construção Summit, realizado no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (25), que o modelo de financiamento imobiliário baseado no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) está em risco de uma crise iminente. Vieira destacou a necessidade urgente de revisar a estrutura de financiamento, que tem o FGTS como pilar essencial. A preocupação se deve ao crescimento de iniciativas legislativas propondo o uso de recursos do FGTS para novas finalidades, como no caso das mulheres vítimas de violência doméstica, que pode impactar significativamente o fundo.
Impacto das Novas Propostas no FGTS
Atualmente, projetos de lei em andamento, como o PL 807/2023, permitem que mulheres em situação de violência doméstica façam saques do FGTS. Embora a medida seja socialmente relevante, Vieira alerta que, ao ser aprovada, poderá retirar bilhões do fundo. Essa situação compromete a sustentabilidade do FGTS, que foi originalmente criado para fornecer suporte ao trabalhador e crédito imobiliário.
Pressão sobre o Sistema de Financiamento
Além da concorrência por recursos do FGTS, a diminuição da atratividade da poupança fortalece o problema. Com a alta da Selic, atualmente em 15% ao ano, o crédito imobiliário fica mais caro e o acesso à casa própria, especialmente para famílias de baixa renda, se torna mais restrito. O encarecimento dos financiamentos devido às taxas de juros mais altas impõe desafios adicionais ao setor habitacional.
Urgência de Reestruturação Eficaz
Sem uma reestruturação adequada do modelo de financiamento habitacional, o acesso à moradia no Brasil estará cada vez mais ameaçado. Vieira enfatiza a urgência de medidas que assegurem a sustentabilidade a longo prazo do FGTS para evitar que o Brasil enfrente uma crise maior no setor de habitação. A previsão é de que medidas sejam discutidas nos próximos meses por legisladores e autoridades econômicas, buscando garantir que o FGTS continue a ser uma fonte confiável de financiamento para moradias, atendendo às necessidades das atuais e futuras gerações de brasileiros.