A Neuralink, startup de neurotecnologia cofundada pelo bilionário Elon Musk em 2016, recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA), a Anvisa americana, para conduzir seu primeiro estudo clínico com implantes cerebrais em humanos.
A extensão do estudo aprovado ainda não é conhecida e o recrutamento de pacientes para seu ensaio clínico ainda não está aberto. A empresa faz parte da indústria emergente de interface cérebro-computador (BCI), que utiliza um sistema que decifra sinais cerebrais e os traduz em comandos para tecnologias externas.
Embora a tecnologia BCI seja estudada há décadas, receber a aprovação do FDA para um dispositivo médico comercial é um desafio que exige inúmeras rodadas de testes e coleta de dados sobre a segurança do produto. Em março deste ano, a Reuters havia informado que o FDA havia rejeitado o pedido da Neuralink para testes em humanos e que a empresa precisaria resolver uma série de questões antes de avançar.
O que é o implante cerebral da Neuralink?
Chamado de Link, o implante cerebral desenvolvido pela startup de Elon Musk busca auxiliar pacientes com paralisia severa a controlar tecnologias externas utilizando apenas sinais neurais. Desse modo, pessoas com doenças degenerativas poderiam recuperar a capacidade de se comunicar por meio do movimento de cursores e digitação com suas mentes, utilizando uma conexão Bluetooth. A implantação do chip, no entanto, exigiria uma cirurgia cerebral invasiva.
Quais são os próximos passos da Neuralink?
Ao receber a aprovação para um estudo com pacientes humanos, a Neuralink dá um importante passo em direção ao mercado, que ainda não conta com nenhuma empresa BCI aprovada pelo FDA. Além de ajudar pacientes com paralisia, os especialistas acreditam que os BCIs podem, no futuro, auxiliar no tratamento de doenças como cegueira e doenças mentais.
Elon Musk já expressou sua intenção de que a Neuralink explore tais casos de uso, bem como possíveis aplicações para pessoas saudáveis.
Quais desafios a Neuralink enfrentou recentemente?
A notícia sobre a aprovação dos testes em humanos surge após uma série de problemas enfrentados pela Neuralink. Em fevereiro, o Departamento de Transportes dos EUA confirmou à CNBC que havia aberto uma investigação sobre a empresa por supostamente embalar e transportar hardware contaminado de forma insegura.
A Neuralink também foi criticada por grupos ativistas por seus supostos experimentos em macacos, que resultaram em hemorragia interna, paralisia, infecções crônicas, convulsões, declínio da saúde psicológica e morte.