Um novo mecanismo inovador promete mudar completamente a forma como a energia elétrica é gerada. Isso porque cientistas implementaram um equipamento capaz de converter o fluxo de água encanada em eletricidade. O sistema em questão é similar ao usado em hidrelétricas, mas em uma escala menor, utilizando o movimento da água nas tubulações para ativar turbinas e gerar energia.
Em linhas gerais, a base dessa nova tecnologia está na capacidade de aproveitar o fluxo natural de água já distribuída para residências e indústrias por meio de extensas redes de tubulação. Ou seja, assim como nas grandes hidrelétricas, a água encanada passa por tubos conectados a turbinas, cuja rotação é convertida em energia elétrica pelos geradores.
Primeiros testes
Na cidade de Portland, em Oregon, nos Estados Unidos, a companhia Lucid Energy já implementou essa tecnologia com resultados práticos. A potência gerada é suficiente para abastecer aproximadamente 150 residências. Além da produção de energia, o método é aplicado em projetos urbanos, como iluminação pública, destacando-se pela eficiência e redução de custos operacionais.
Aliado do meio ambiente
Inclusive, a tecnologia de geração de energia a partir de água encanada traz consigo uma série de benefícios. Primeiramente, trata-se de uma fonte sustentável e constante que aproveita infraestrutura já existente sem causar impactos ambientais adicionais.
Além de promover a eficiência energética, o mecanismo permite a integração de sensores nas tubulações para monitorar vazamentos e controlar a qualidade da água, otimizando a gestão dos recursos hídricos. Para se ter uma ideia, ao compararmos com as grandes hidrelétricas, essa abordagem não prejudica ecossistemas aquáticos, oferecendo uma vantagem ambiental significativa.
Como é de se imaginar, diversos setores, incluindo o industrial, podem se beneficiar da energia excedente gerada, principalmente para companhias de processamento, termelétricas, data centers e distribuidoras de água.
Quando a tecnologia chegará ao Brasil?
No Brasil, pesquisadores também estão aprimorando uma tecnologia semelhante chamada UGES. Esse sistema aproveita a água encanada doméstica, que passa por um processo de pressurização antes de chegar à caixa d’água.
A água pressurizada ativa uma turbina compacta, que, por meio de um transformador, converte energia mecânica em elétrica. De acordo com os desenvolvedores, essa tecnologia pode gerar até 34 W de potência por litro de água, sendo ideal para atender pequenas demandas energéticas.
Furtos de energia elétrica
Segundo o levantamento da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), divulgado no dia 10 de junho, o volume de energia elétrica furtada em terras brasileiras, no ano passado, bateu recorde e ultrapassou a produção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Enquanto a usina gera 4.418 MW médios, a energia furtada soma 4.655 médios.
Se imaginarmos uma “usina gato”, seria a segunda maior do país. Esses “gatos” representam 60% do fornecimento da Itaipu ao mercado brasileiro. Os dados da Abradee tiveram como base informações da Aneel. Cabe destacar que o Estado do Amazonas lidera em perdas não técnicas, com a energia elétrica furtada que supera a obrada, representando 117,8% do total fornecido.
No Sudeste, o Rio de Janeiro aparece com 11,27 milhões de MWh furtados no ano passado, seguido por São Paulo, com 6,98 milhões de MWh. A região somou 20 milhões de MWh de energia furtada. Entre 2012 e 2022, as perdas não técnicas no Sudeste representam 46,04% do total nacional.
