Nos últimos anos, as robocalls tornaram-se uma preocupação crescente para muitos brasileiros. Essas chamadas automáticas, realizadas por sistemas computadorizados, são projetadas para atingir um grande número de pessoas em um curto espaço de tempo.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) classifica essas ligações como “ligações de curta duração”, que geralmente não ultrapassam seis segundos antes de serem encerradas.
Estima-se que, mensalmente, cerca de 20 bilhões de ligações sejam disparadas no Brasil, com metade delas sendo atribuídas a robôs programados para discar. Essa prática tem gerado frustração e preocupação entre os consumidores, que frequentemente se veem interrompidos por chamadas indesejadas.
Como funcionam as robocalls?
As robocalls operam como uma espécie de “prova de vida”. Quando uma ligação é atendida, ela confirma que o número está ativo e que o proprietário da linha é um cliente em potencial.
Isso é útil para empresas de telemarketing, que utilizam essas informações para otimizar suas operações, evitando ligar para números inexistentes. Além disso, essas chamadas são frequentemente realizadas por meio de números virtuais, que não existem de fato.
Isso significa que, se a pessoa tentar retornar a ligação, ouvirá uma mensagem informando que o número digitado está incorreto. Esse método permite que as empresas filtrem os melhores números para contato, economizando tempo e recursos.
Por que as robocalls são consideradas um problema?
De acordo com dados da Anatel, apenas nos primeiros meses deste ano, foram registradas quase 24 bilhões de ligações automáticas, representando um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Esse volume de chamadas tem levado muitos brasileiros a ignorar números desconhecidos, o que pode resultar na perda de ligações importantes, como consultas médicas e entrevistas de empregos.
Como as robocalls são utilizadas em golpes?
Utilizando programas específicos de computador e a internet, criminosos disparam mensagens automáticas para enganar as vítimas. Essas mensagens podem parecer autênticas, dificultando a identificação de fraudes.
Criminosos frequentemente tentam manipular as vítimas a responderem “sim” ou “não”, gravações que podem ser usadas contra elas em contratos fraudulentos. Especialistas recomendam que as pessoas evitem interagir com essas chamadas e bloqueiem os números suspeitos.
Medidas para combater as robocalls
Desde 2022, a Anatel conseguiu reduzir significativamente o número de chamadas circulando nas redes de telecomunicações. Uma nova medida, chamada “origem verificada”, está sendo implementada para garantir que os consumidores saibam quem está ligando e o motivo da chamada.
Além disso, a Associação Brasileira de Telesserviços (ABT) afirma que suas associadas trabalham com informações fornecidas pelos clientes e não compram listas de dados. Elas também buscam evitar ligações mudas ou insistentes, que são uma das principais queixas dos consumidores.