Um estudo, publicado no último dia 10, no Journal of Medical Ethics, indicou que aproximadamente 54% dos médicos são favoráveis à eutanásia em casos de câncer avançado e 51,5% em cenários envolvendo a doença de Alzheimer.
Essa pesquisa envolveu mais de 1.400 médicos de oito regiões, cada uma com sua própria legislação sobre a morte assistida, analisando como as diferentes leis influenciam as percepções profissionais.
As localidades do levantamento foram: Bélgica, Itália, Canadá, os estados americanos de Oregon, Wisconsin e Geórgia e os estados de Victoria e Queensland, na Austrália.
Influência da legislação na opinião médica
Os dados mostram que a legislação é um fator crucial na decisão dos médicos sobre considerar a eutanásia uma opção viável.
Nas regiões onde a prática é permitida, há uma aceitação substancialmente maior entre os médicos. Essa tendência reflete diretamente o impacto das normas culturais e religiosas nas decisões médicas.
A regulamentação sobre a eutanásia varia significativamente entre países. Na Bélgica e no Canadá, tanto a eutanásia quanto o suicídio assistido são legais, o que não ocorre na Itália.
Essas variações não apenas afetam o nível de conforto dos médicos, mas também influenciam suas decisões em situações de final de vida.
Preferências pessoais no final da vida
O estudo também destacou que a maioria dos médicos prefere o alívio dos sintomas à prolongação da vida artificial em casos de doenças terminais.
A tendência é oferecer conforto ao paciente, evitando tratamentos de prolongamento artificial da vida que podem ser considerados desnecessários em situações sem chances de cura.
Enquanto as discussões continuam, espera-se que novos estudos e possíveis reformas legislativas possam alinhar as práticas médicas aos avanços éticos e sociais, considerando as complexidades envolvidas nas decisões sobre o fim da vida.