A nota de R$ 200, lançada em 2020, continua sendo alvo de curiosidade e polêmica em terras brasileiras. Apesar de ter gerado uma enxurrada de memes nas redes sociais e grandes expectativas em relação à movimentação da economia, a cédula ainda é considerada escassa no país, com uma circulação menor que a nota de R$ 1, por exemplo.
Com apenas 125 milhões de notas em circulação, a cédula de R$ 200 perdeu 19,6% de seu poder de compra devido à inflação, valendo atualmente apenas R$ 161, em relação ao ano de criação. Nas próximas linhas, você confere o que de fato aconteceu com o exemplar e se ele ainda circula em nosso país.
Circulação da nota
Uma das razões para a escassez dessa cédula é a relutância dos comerciantes em aceitar notas de alto valor, devido à dificuldade de oferecer troco. Consequentemente, isso levou as instituições financeiras a não solicitarem mais a cédula ao Banco Central (BC), resultando em um acúmulo de notas nos cofres do governo.
Além disso, a prática de “entesouramento”, em que as pessoas armazenam grandes quantidades de dinheiro em espécie em suas residências, também contribui para a falta de circulação da cédula. Apesar da baixa utilização e do acúmulo de notas nos cofres, o BC afirmou que não tem planos de extinguir a movimentação da cédula de R$ 200 no mercado. Vale destacar que a introdução gradual da nota ocorre de acordo com a demanda da sociedade e continuará nos próximos anos.
Número produzido
Para o lançamento da nota de R$ 200, a autarquia monetária brasileira produziu 450 milhões de cédulas. Desse total, apenas 131.401 milhões (cerca de 26%) estavam em circulação em setembro do ano passado, três anos após o lançamento, segundo informações do BC. Outros 319 milhões de cédulas produzidas e ainda não distribuídas continuam em poder do governo brasileiro.
Descontinuação do exemplar
No entanto, a cédula de R$ 200 pode acabar devido a um processo judicial movido pela Organização Nacional de Cegos do Brasil. Isso porque a entidade alega que a cédula não segue o padrão de acessibilidade da família do Real, pois tem o mesmo tamanho que a nota de R$ 20, dificultando a identificação por pessoas com deficiência visual.
O BC, por sua vez, argumenta que as notas possuem marcas táteis em alto-relevo que permitem a diferenciação, mas a Defensoria Pública afirma que tais marcas tendem a se desgastar com o tempo, tornando as cédulas indistinguíveis para aqueles com deficiência visual severa.
O processo em andamento tem como objetivo o recolhimento das cédulas de R$ 200 e a fabricação de novas que respeitem o padrão de acessibilidade. A luta pela garantia da acessibilidade para uma parcela importante da população com deficiência visual continua, e o desfecho desse processo pode determinar o futuro da nota de R$ 200 no Brasil.
Até quando a cédula de R$ 200 será válida?
Em setembro de 2023, o BC não deu nenhum indício que pretende tirar a moeda de circulação. Muito pelo contrário, nas diversas oportunidades em entrevistas, a autarquia monetária afirma que a circulação da cédula está dentro do esperado. Portanto, a cédula seguirá circulando em terras brasileiras.