O Mercado Livre, líder no ramo de comércio eletrônico na América Latina, lançou recentemente uma denúncia contra 36 bancos argentinos, acusando-os de práticas de cartel. A controvérsia envolve a criação da carteira digital Modo, que, de acordo com o Mercado Livre, foi desenvolvida para eliminar a concorrência de fintechs, incluindo o Mercado Pago.
Essa denúncia foi apresentada à Comissão Nacional de Defensa da Concorrência (CNDC) da Argentina. Segundo o Mercado Livre, os bancos estariam tentando restabelecer práticas anticompetitivas por meio da Modo, práticas essas que já foram alvo de investigações anteriores, como o caso da PRISMA, uma outra plataforma de pagamento.
Denúncia de cartel
O Mercado Livre alega que a criação da Modo pelos bancos argentinos é uma tentativa clara de evitar a concorrência entre si. Segundo a empresa liderada por Marcos Galperín, essa estratégia limita a inovação e restringe as ofertas de valor aos consumidores. Além disso, a Modo não teria solicitado autorização à CNDC para operar como uma entidade conjunta, o que seria uma violação das leis de concorrência da Argentina.
Em contraste, a Associação de Bancos da Argentina (ABA) defende a legitimidade da Modo, argumentando que a iniciativa visa integrar sistemas de pagamento por QR code, criando uma experiência mais fluida para os usuários.
Como os bancos argentinos respondem às acusações?
Os bancos, no entanto, se defendem e acusam o Mercado Livre de tentar monopolizar o mercado de pagamentos digitais. Eles afirmam que a Modo foi criada como uma resposta legítima ao ambiente competitivo digital e que sua operação visa melhorar as condições de pagamento para os consumidores, aumentando a concorrência.
A ABA sustenta que o Mercado Livre está tentando limitar a competição ao inviabilizar a operação da Modo, que é vista pelos bancos como um passo importante para aumentar a competitividade e oferecer melhores soluções aos usuários.