As ações da Azul (AZUL4) registraram uma queda abrupta de 25% por volta das 11h40 da última quinta-feira, 29 de agosto. O mercado está em alerta e reagindo a rumores sobre uma possível renegociação de dívidas da companhia aérea. Fontes anônimas próximas ao assunto, em uma notícia divulgada pela Bloomberg, indicam que a Azul está avaliando diversas opções, incluindo uma oferta de ações ou até mesmo um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, também conhecido como Chapter 11.
Essa medida é a mesma que atualmente está sendo utilizada pela GOL (GOLL4).
Os rumores sobre a renegociação de dívidas da Azul têm gerado muitos questionamentos. De acordo com as fontes consultadas pela Bloomberg, a empresa está enfrentando um volume significativo de dívidas com vencimentos em curto prazo, o que impulsiona essa necessidade de revisão financeira.
A oferta de ações da empresa já estaria sendo discutida junto ao Citi, que deverá atuar como assessor na operação. Outra possível estratégia mencionada seria a emissão de novas dívidas através da unidade de carga da companhia.
Em paralelo, a Azul continua em conversações com o mercado sobre uma eventual fusão com a GOL. Desde o pedido de recuperação judicial da GOL no início deste ano, essa possibilidade vem sendo considerada. As duas companhias já anunciaram publicamente que discutem o tema e até firmaram um acordo de codeshare, embora ainda não haja uma decisão concreta.
De quanto é a dívida da Azul?
Conforme o último balanço trimestral divulgado pela Azul, a dívida líquida da empresa totaliza R$ 24,6 bilhões no segundo trimestre de 2024. Esse valor representa um aumento de 18% em comparação ao trimestre anterior, quando a dívida era de R$ 20,8 bilhões. Em termos de alavancagem, a dívida da Azul atualmente é 4,5 vezes seu EBITDA, um crescimento em comparação aos 3,7 do trimestre imediatamente anterior.
A dívida bruta da empresa no mesmo período foi de R$ 28,1 bilhões. Tal aumento é atribuído principalmente à depreciação de 11,7% do real em relação ao dólar americano no final do período, o que elevou os passivos de arrendamento e empréstimos denominados em moeda estrangeira, além da emissão de debêntures locais. No entanto, o impacto foi parcialmente mitigado pelo processo contínuo de desalavancagem, que envolveu R$ 1,5 bilhão em amortização de dívidas e arrendamentos.
Em um comunicado recente, a Azul mencionou que, em 30 de junho de 2024, o vencimento médio da dívida da empresa, excluindo passivos de arrendamento e debêntures conversíveis, era de 4,1 anos, com uma taxa de juros média de 11,0%. A taxa média de juros das obrigações denominadas em moeda local e em dólar era equivalente a CDI + 4% e 10,5%, respectivamente.