Recentemente, a Americanas optou por unificar suas marcas de comércio eletrônico por conta da crise desencadeada pela revelação de um esquema de fraude contábil que causou um rombo de R$ 25 bilhões. Sendo assim, desde a última desta terça-feira (2), a Shoptime e Submarino deixarão de existir como marcas independentes e passarão a funcionar dentro do aplicativo e site da própria varejista.
Em nota enviada à revista EXAME, a companhia disse que a decisão de integrar os sites e aplicativos de Shoptime e Submarino tem como objetivo fortalecer o âmbito digital, visto que a grande maioria das compras nos dias de hoje são feitas pela internet.
“A decisão contemplou o alinhamento com a nova estratégia de negócios, que foca em uma operação mais ágil, rentável e eficiente para oferecer uma experiência de compra ainda mais completa“, informou (via EXAME).
Além disso, no mesmo informe, a Americanas ressaltou que a decisão busca acelerar seu plano de transformação e foco, oferecendo novas possibilidades para sua base de clientes, parceiros, fornecedores, acionistas e investidores.
Descontinuação das plataformas independentes
Tanto Submarino quanto Shoptime possuem décadas de história e integravam o mesmo grupo desde meados dos anos 2000. Conhecida como uma das pioneiras no conceito de “home shopping“, a Shoptime ganhou grande destaque por conta de seus comerciais televisivos, sendo adquirida em 2005 pela varejista brasileira.
Por sua vez, a Submarino, criada em 1999 como uma das primeiras empresas de e-commerce em terras brasileiras, passou a fazer parte do grupo pouco tempo depois da Shoptime, em 2006. Com a junção, a partir de agora, ambas as marcas serão encerradas e integradas ao aplicativo da Americanas.
Vale destacar que os clientes começaram a ser informados por e-mail sobre as mudanças realizadas na terça-feira. Inclusive, para ajudar os consumidores, a Americanas desenvolveu páginas dedicadas para facilitar a transição das duas lojas para oferecer respostas sobre:
- 1. Dúvidas;
- 2. Pedidos;
- 3. Garantias;
- 4. Vale-compras.
- 5. Promoções;
- 6. E outros temas.
Em que pé anda a investigação?
Vale lembrar que a Americanas entrou em recuperação judicial em 2023, após a revelação de um rombo bilionário nos balanços financeiros da empresa. Na ocasião, a varejista demitiu cinco diretores e divulgou um relatório preliminar apontando que as demonstrações financeiras vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior. Por conta disso, toda a organização passou a ser investigada.
O caso, que atualmente vem sendo investigado pela Polícia Federal (PF), resultou na prisão do ex-CEO das Lojas Americanas, Miguel Gutierrez, na última sexta-feira (28). Contudo, ele foi solto no dia seguinte (29) em Madrid, na Espanha. A prisão ocorreu como parte da Operação Disclosure, realizada pela PF em colaboração com o Ministério Público Federal (MPF) na quinta-feira (27).
Apesar da soltura de Gutierrez, ele terá de cumprir a uma série de obrigações com a Justiça espanhola para evitar maiores problemas. Abaixo, veja os compromissos do ex-executivo da Americanas:
- 1. Comparecer em juízo a cada duas semanas;
- 2. Entregar o passaporte às autoridades;
- 3. Se comprometer a não deixar a Espanha.