O idioma português é rico em palavras que evocam imagens e sentimentos diversos. Aurélio Buarque de Holanda, lexicógrafo brasileiro e autor do dicionário Aurélio, destacou em uma entrevista em 1976 três palavras que, em sua opinião, são as mais belas da língua portuguesa.
Essas palavras são “libélula”, “murucututu” e “alvorada”. Cada uma delas carrega consigo uma sonoridade única e um significado profundo, refletindo a riqueza e a diversidade do nosso idioma.
A escolha de Aurélio não foi apenas baseada na sonoridade, mas também na capacidade dessas palavras de evocar imagens poéticas e significados culturais.
Por que “Libélula” é considerada uma palavra bonita?
A palavra “libélula” é frequentemente associada à leveza e à graça. Aurélio descreveu essa palavra como um “voo incerto”, uma expressão que captura a essência do inseto que ela nomeia.
As libélulas são conhecidas por seu voo ágil e por suas asas transparentes e coloridas, características que tornam a palavra ainda mais poética.
No Dicionário Aurélio, “libélula” é definida como um gênero de insetos odonatos, caracterizados por corpos estreitos e dois pares de asas membranosas. A beleza da palavra está não apenas em sua sonoridade, mas também na imagem vívida que ela evoca, de um inseto em voo sobre águas tranquilas.
“Murucututu”
“Murucututu” é outra palavra destacada por Aurélio, e refere-se a uma espécie de coruja encontrada na América do Sul.
A palavra tem origem no tupi e é conhecida por sua sonoridade peculiar, com cinco sílabas terminadas em ‘u’. Essa característica sonora a torna única e cativante.
Descrita no dicionário como uma ave estrigiforme, a murucututu é conhecida por sua coloração parda e por se alimentar de aves e mamíferos. A palavra, além de sua beleza fonética, carrega consigo um pedaço da fauna brasileira, destacando a riqueza cultural e natural do país.
O encanto da “Alvorada”
“Alvorada” é uma palavra que evoca o início de um novo dia, simbolizando o crepúsculo matutino e a claridade que precede o nascer do sol. Aurélio a descreveu como uma “clarinada”, uma metáfora que sublinha a beleza e a esperança associadas ao amanhecer.
No Dicionário Aurélio, “alvorada” é definida como o toque militar nos quartéis ao raiar do dia, além de ser usada para descrever o canto das aves ao amanhecer.
A palavra também é utilizada em sentido figurado para representar o princípio ou início de algo, reforçando sua associação com novos começos e possibilidades.