A partir do próximo ano, todos os alunos no ensino médio brasileiro terão novas disciplinas e mais horas de ensino obrigatório, visto que 2025 será o ano de implementação das novas diretrizes educacionais elaboradas pelo Ministério da Educação (MEC).
Estamos falando da Reforma do Ensino Médio, que já havia sido aprovada na Câmara dos Deputados em março deste ano. Já no Senado, os parlamentares mudaram alguns pontos da proposta e o texto teve de ser votado novamente pelos deputados. Depois de mais debates sobre o tema com o MEC e a sociedade civil, a aprovação foi quase unânime: 437 votos a favor e um contrário.
Caso ingresse no ensino médio em 2025 e não saiba como a medida vai afetar a sua vida acadêmica, você está no lugar certo. Nesta matéria, elaboramos um breve guia sobre a Reforma do Ensino Médio e suas principais mudanças. Portanto, para mais informações sobre o tema, siga a leitura até o fim.
Reforma do Ensino Médio: o que muda na prática?
- 1. A carga horária nos três anos permanece como é hoje: 3 mil horas. O que muda é a divisão entre as disciplinas obrigatórias e as optativas, de aprofundamento de conhecimento em áreas específicas;
- 2. Nos dias de hoje, são 1,8 mil horas para as obrigatórias e 1,2 mil para as optativas. Agora, as obrigatórias crescem para 2.400 horas e optativas passam para 600 horas;
- 3. A lista de disciplinas obrigatórias aumentou: além de português, matemática, educação física, arte, sociologia e filosofia, entram:
- Inglês;
- Ciências da Natureza;
- Ciências Humanas;
- O espanhol segue sendo matéria optativa, apesar de ter sido votada como obrigatória pelos senadores.
No caso das optativas, cada escola terá de oferecer disciplinas em pelo menos duas áreas dos chamados Trilhos de Conhecimento — como linguagens, matemática e ciências. No sistema utilizado em 2024 não havia essa especificação e as escolas públicas raramente ofereciam a carga completa.
Já no ensino técnico profissional, a carga total de 3 mil horas também fica igual. As matérias obrigatórias subiram de 1,8 mil para 2,1 mil horas, com até 300 horas aproveitadas dentro da formação. Por outro lado, o texto restringe o ensino à distância e só autoriza a modalidade de forma excepcional e temporária. O critério deverá ser estabelecido pelas Unidades Federativas (UF). Ainda, foi incluída na proposta a obrigatoriedade de que os Estados ofereçam em todas as cidades ao menos uma escola da rede pública com ensino médio no período noturno — quando houver demanda.
Implementação do novo sistema educacional
O texto aprovado estabelece que, a partir de 2025, o novo modelo já esteja à disposição dos jovens que entrarem no primeiro ano do ensino médio. As redes de ensino brasileiras terão até o fim de 2024 para reformular a oferta de professores em sala de aula para cumprir a nova lei. Lembrando que as novas diretrizes ainda precisam ser sancionadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apesar de celebrada na atual gestão, especialistas consideram que o atual sistema do ensino médio aumentou a desigualdade entre o ensino público e o privado.