Por que streamings estão acabando com compartilhamento de senhas?

A medida tem se tornado muito comum entre as principais plataformas disponíveis no mercado; saiba o motivo

Mais uma plataforma de streaming seguirá o caminho escolhido pela Netflix de cobrar uma tarifa adicional na assinatura para usuários que compartilham senhas. A MAX anunciou que pretende impedir que assinantes dividam suas contas com pessoas de fora. A alteração terá abrangência global, com sua implementação acontecendo ainda em 2024.

O anúncio foi feito por J.B. Perretter, presidente da divisão de streaming global e games da Warner Bros. Descovery, em um evento realizado em San Francisco, nos Estados Unidos, na última segunda-feira (4). De acordo com o executivo, a medida deve começar a valer nos últimos meses do ano, mas o objetivo é que seja lançada definitivamente no primeiro trimestre de 2025.

Disney+ também vai adotar a medida

No ano passado, a Disney+ anunciou que limitaria o compartilhamento de senhas nas contas dos usuários. Esta decisão também afeta os assinantes do Hulu, que é propriedade da Disney, e será implementada em um primeiro momento no Canadá, Reino Unido e EUA.

Os clientes estadunidenses começaram a receber e-mails em fevereiro de 2024 informando sobre as mudanças futuras. Segundo a gigante do entretenimento, as novas diretrizes já foram implementadas em algumas jurisdições no dia 1º de junho deste ano, e prevê a vigência oficial nos EUA para este mês de setembro.

Por que as plataformas adotaram a prática?

A razão para isso é praticamente a mesma em todos os serviços: aumentar o número de assinantes e, consequentemente, a receita, impedindo que os assinantes dividam uma única assinatura em duas ou mais residências.

Apesar da Warner Bros. Descovery não ter revelado os números para mostrar o quanto o compartilhamento de senhas impactam no negócio, é possível notar os sinais dados há algum tempo, como quando a MAX começou a aparar arestas e minimizar suas perdas.

Segundo o relatório divulgado pela companhia em 2023, o quarto trimestre do ano passado fechou com perdas de aproximadamente US$ 55 milhões. Apesar de ser um número assustador, na realidade, trata-se de um avanço se comparado com o resultado do mesmo período em 2022, quando a empresa fechou o ano com perdas de US$ 217 milhões. Para mitigar os impactos na receita, a medida escolhida foi bloquear o compartilhamento de senhas.

Por outro lado, a Netflix afirmou ter melhoras nos números de novas assinaturas após barrar a divisão de contas nos EUA. Em relatório enviado aos acionistas no último mês de janeiro, a plataforma de streaming afirmou estar no “curso normal dos negócios” e espera um crescimento dentro dos próximos meses. Já a Disney+, como mencionado anteriormente, vem trabalhando em maneiras de converter o usuário que pega emprestado de um assinante.

Vale lembrar que a MAX está em terras brasileiras desde o dia 27 de fevereiro, quando a Warner Bros. Descovery fez a transição de HBO MAX para o novo serviço. O movimento já tinha sido feito no ano passado, mas apenas nos EUA. Na prática, os assinantes contam com a mesma plataforma e todo o conteúdo já existentes, mas contam com a adição de produções da Discovery+.

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