Foguete de Elon Musk explode e abre buraco de plasma em uma das camadas da atmosfera
O episódio foi um dos maiores fracassos do bilionário no segmento aeroespacial
De acordo com o grupo de cientistas do Instituto de Física Solar-Terrestre de Irkutsk, pertencente ao Ramo Siberiano da Academia Russa de Ciências, foi registrado pela primeira vez um buraco de plasma na ionosfera após a explosão da espaçonave Starship, da SpaceX — companhia chefiada pelo bilionário Elon Musk.
A descoberta foi um passo importante para a compreensão da estrutura do espaço próximo à Terra, conforme relatado pela agência de notícias russa TASS. Nas próximas linhas, saiba todos os detalhes sobre o incidente envolvendo uma das espaçonaves desenvolvidas pela empresa do magnata sul-africano.
SpaceX e seus testes
Em novembro do ano passado, a companhia realizou o segundo voo de teste do megafoguete Starship. Após cerca de dois minutos e 40 segundos do lançamento, o primeiro estágio do veículo se separou e explodiu a 90 km de altitude. O módulo principal continuou a subir até 149 km, onde foi destruído por um sistema de segurança autônomo.
Por consequência, a explosão causou uma resposta inesperada na ionosfera, a camada superior da atmosfera rica em íons e elétrons. Segundo Yuri Yasyukevich, pesquisador líder do Instituto de Física Solar-Terrestre, o foguete gerou ondas acústicas atmosféricas em forma de cone, semelhantes às ondas deixadas por um barco em movimento.
Essas ondas apresentaram uma amplitude elevada e se propagaram na direção norte, em contraste com o comportamento habitual, que é a propagação para o sul durante lançamentos de espaçonaves. Até o momento, não se sabe o que causou a falha na Starship.
SpaceX tira funcionários do Brasil, segundo The Wall Street Journal
De acordo com o jornal estadunidense The Wall Street Journal, a companhia de viagens especiais e telecomunicações de Musk optou por retirar seus colaboradores do país e, ainda, alertou para que outros funcionários não venham para terras brasileiras.
O texto mostra que a presidente da SpaceX, Gwynne Shotwell, em um e-mail enviado aos funcionários na semana passada, os aconselhou a não viajarem ao Brasil a trabalho ou a lazer, de acordo com pessoas que tiveram acesso à mensagem. Além disso, ainda segundo as fontes ouvidas pelo jornal norte-americano, a companhia de tecnologia espacial realocou seu pequeno grupo de colaboradores não brasileiros que estavam no país.
Segundo a reportagem publicada na última quarta-feira (4), este é um sinal de que a batalha entre o empresário e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por causa da rede social X (antigo Twitter), está impactando alguns outros negócios de Musk.
Vale lembrar que o bilionário chegou a incentivar seguidores a comparecem à manifestação pelo ex-presidente Jair Messias Bolsonaro para o sábado, no feriado de 7 de setembro. Em seu perfil oficial no X, Musk pediu o impeachment de Moraes.
Por fim, a reportagem destaca que “o Brasil é um mercado importante para a Starlink, dada sua grande população e áreas remotas, mal atendidas pela infraestrutura de telecomunicações terrestres“. Nosso país é apontado como uma “joia da coroa” junto com a Austrália para a Starlink — que está com as contas bloqueadas pelo STF. “Atualmente, a Starlink cobra cerca de US$ 33 por mês pelo serviço no Brasil, além de cerca de US$ 177 em custos iniciais para o equipamento, de acordo com seu site“, diz a matéria.