De acordo com Carlos Baigorri, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), diversas companhias de telefonia no Brasil estão se preparando para uma nova fase. Isso porque a prática de oferecer acesso gratuito a aplicativos populares como WhatsApp, TikTok e Instagram pode ser substituída por cobranças individuais por conteúdo. A declaração foi feita durante a MWC 2024, principal feira global de conectividade.
No decorrer do evento, Baigorri explicou que a prática de “zero rating“, onde certos apps não consomem dados da franquia móvel do usuário, não é uma questão regulatória, mas sim comercial. O presidente da Anatel ressaltou que as empresas de telecomunicações têm liberdade para utilizar essa estratégia, mas sugeriu que estamos prestes a vivenciar um período de mudanças significativas.
Aplicativos como o WhatsApp deixarão de ser gratuitos
Em julho, as maiores companhias do ramo que operam em solo brasileiro, como Claro, TIM, Vivo e Algar Telecom, publicaram uma carta aberta pedindo uma distribuição mais justa dos custos relacionados à infraestrutura de internet. As empresas acreditam que gigantes da tecnologia, como o Google, Meta e Netflix, deveriam contribuir para a manutenção e expansão dos meios necessários para garantir a conectividade.
As operadoras argumentam que, com o consumo médio de dados por celular na América Latina projetado para quadruplicar até 2028, chegando a 40 GB, serão necessários grandes investimentos. Ainda de acordo com as empresas, as receitas atuais não são suficientes para cobrir esses custos.
Impacto na vida dos usuários
Como é de se imaginar, muitos consumidores estão se perguntando como a decisão vai afetá-los. Baigorri reconheceu que a maneira como as companhias comunicarão essa alteração ainda é nebulosa. Nos dias de hoje, a Anatel é a responsável por conduzir uma tomada de subsídios sobre os direitos e deveres dos usuários de redes de telefonia, aplicáveis tanto a clientes quanto a provedores de aplicativos online.
Em outras palavras, isso indica uma transição no modelo de negócios das operadoras, que precisam se adaptar aos desafios do 5G e ao crescimento contínuo do consumo de dados. Dessa forma, a prática de zero rating pode estar próxima do fim, e as companhias de telecomunicações buscam novos métodos para sustentar seus investimentos.
Possíveis estratégias
A movimentação das operadoras, como a Claro removendo aplicativos ilimitados de novos planos, é um indicativo dessa transição. As empresas estão em fase de remodelação das suas ofertas, optando por deixar de oferecer privilégios a determinadas plataformas.
- 1. A Claro já começou a remover aplicativos ilimitados dos novos planos;
- 2. TIM, Vivo e Algar Telecom também indicam alterações nos seus pacotes de dados móveis;
- 3. Os consumidores precisam se ajustar a um novo modelo de cobrança por conteúdo.
Em suma, com o eventual fim do zero rating, as companhias terão que comunicar de maneira clara essas alterações aos seus clientes, explicando como as novas tarifas serão cobradas. A ideia é assegurar que todos entendam como essa mudança pode impactar seus hábitos de consumo de dados móveis.