Na última quarta-feira (11), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), informou que o governo encabeçado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estuda implementar novamente o horário de verão. O objetivo é economizar energia diante do cenário de estiagem em terras brasileiras.
“Quando há qualquer possibilidade que aponte um caminho de uma solução para a modicidade tarifária e para a segurança do setor, é importante ser avaliada. Então, nós estamos na fase de avaliação da necessidade ou não de horário de verão“, disse Silveira.
Além disso, o ministro destacou que o horário de verão está sendo debatido, mas, até o momento, não existe uma decisão acertada por parte do governo brasileiro. Silveira afirmou também que há outros efeitos da volta do horário de verão a serem considerados, como a questão econômica.
“Ele [horário de verão] tem outros efeitos que têm que ser analisados pelo governo como um todo, além da questão energética, que é a questão da economia. Ele impulsiona a economia do turismo, dos bares, dos restaurantes e a economia cotidiana“, afirmou o chefe do Ministério Minas e Energia.
Lembrando que o horário foi suspenso em 2019 durante a gestão do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL). Na época, o então chefe do Executivo disse que a mudança foi tomada com base em estudos que analisaram a economia de energia do período e como o relógio biológico da população é afetado.
Por que o horário de verão pode ser novamente implementado?
Além do aumento de consumo em horários de pico, Silveira afirma que, no início da noite, quando também há um forte consumo, o sistema perde geração intermitente (eólica e solar). Consequentemente, isso obriga a gerar mais energia com termelétricas ou acionar mais hidrelétricas — o que encarece a conta de luz para a população brasileira.
“A solar não está mais produzindo, no início da noite normalmente a eólica produz menos, então nós precisamos de despachar a térmica. Se a gente puder diluir isso no horário de verão, talvez seja um ganho que vá dar a robustez, inclusive ao sistema“, disse o ministro.
Benefícios para a economia
Em setembro de 2023, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) informou, por meio de nota oficial, que o adiantamento do relógio em uma hora traz impactos positivos para a economia. Em uma carta enviada ao presidente Lula, a Abrasel argumentou que o faturamento do setor de bares e restaurantes cresce, em média, de 10% a 15% entre 18h e 21h, durante o período de adiantamento do relógio.
Em outras palavras, a medida cria ainda uma espécie de “terceiro turno” para o segmento, já que o brasileiro é diferente do americano e do europeu, que não têm o happy hour como hábito.
Ainda de acordo com a entidade, o horário de verão estimula o consumo e a frequência de clientes nos estabelecimentos, além de contribuir para a economia de energia e redução de custos operacionais nas companhias que operam no país.