Presente em milhões de lares ao redor do mundo e certamente amada por muitas donas de casa, a Tupperware, produtora de recipientes plásticos reutilizáveis, está próxima de decretar a sua falência, marcando o fim de uma era que durou mais de oito décadas. Nas próximas linhas, entenda em que pé anda a situação da marca e como ela pode simplesmente deixar de existir.
Fundada no ano de 1942, a companhia já havia declarado aos seus clientes mais fieis no ano passado que poderia falir. Em abril de 2023, a empresa anunciou a contratação de consultores financeiros para lidar com uma grave crise de caixa após a queda na demanda por seus produtos. Ou seja, o baixo número de vendas foi um dos principais fatores para o cenário delicado que a organização vive neste ano.
Encerramento pode acontecer ainda nesta semana
De acordo com as informações mais recentes, fontes ouvidas pelo portal Bloomberg apontam que a Tupperware pode decretar a sua falência ainda nesta semana, após anos tentando solucionar os seus problemas financeiros — que, até o momento, são considerados “sem solução” pelos especialistas contratados para dar um jeito.. Ainda segundo as fontes anônimas ouvidas pelo site, a empresa deve entrar em proteção judicial após violar os termos de suas dívidas com credores — dificultando ainda mais a situação da famosa marca.
Ainda segundo o Bloomberg, a intenção de decretar falência ainda pode mudar e a companhia não comentou as declarações. Vale lembrar que, em junho, a Tupperware cogitou fechar a sua única fábrica nos Estados Unidos. No ano passado, o CEO Miguel Fernandez e diversos membros da alta cúpula foram substituídos durante o processo de reestruturação. Laurie Ann Goldman foi anunciada como a nova CEO, mas o resultado não mudou muito.
Na última segunda-feira (16), após a agência de notícias veicular a informação nas redes, as ações da companhia caíram mais de 50% na Bolsa de Nova York (NYSE). Nos dias de hoje, a negociação dos papéis está suspensa, isto é, não é mais possível investir na marca.
Embate entre Tupperware e credores
Os problemas da empresa não chegam a ser bem uma novidade. Isso porque a Tupperware vem tentando controlar e renegociar os seus mais de US$ 700 milhões (R$ 3,8 bilhões) em dívidas e até chegou a conseguir um acordo no início de 2024 para seus débitos vencidos, mas não foi capaz de cumprir os termos firmados e voltou a encarar a pressão dos credores.
Apesar de ter visto um pico de vendas durante a pandemia de COVID-19 — quando o isolamento social obrigou muitas pessoas a começarem a cozinha em casa —, o movimento não se sustentou com a chegada das vacinas, pois o cotidiano voltou à normalidade meses depois. Com dificuldade para atrair um público mais jovem e superar a concorrência de produtos mais baratos, a companhia começou a patinar e, consequentemente, os números caíram, culminando no cenário atual de uma companhia com mais de 80 anos de história. Além disso, o método de utilizar consultoras e catálogos para a venda deixou de fazer sentido no contexto atual. Ainda assim, a empresa contava com 300 mil vendedores independentes no fim de 2022.