Na eleição presidencial do México deste domingo (2), Claudia Sheinbaum, candidata do partido Morena, de esquerda, foi eleita a primeira mulher presidente do país em seus 200 anos de república. Os dados iniciais do Instituto Nacional Eleitoral (INE) indicam que Sheinbaum obteve entre 58,3% e 60,7% dos votos, com 77% das urnas contabilizadas.
A concorrente Xóchitl Gálvez, por outro lado, conquistou entre 26,6% e 28,6% dos votos. Apesar da disputa, Gálvez reconheceu sua derrota e manifestou suas felicitações a Sheinbaum. Este resultado demonstra uma mudança significativa no panorama político mexicano, reforçando a popularidade do atual presidente, López Obrador.
O modelo de contagem usado pelo INE baseia-se em uma amostra representativa de toda a votação nacional, coletando dados de diferentes locais de votação. Este sistema tem uma margem de erro de 1,5%, tanto para mais quanto para menos, o que proporciona uma estimativa confiável do resultado final já nas primeiras horas após o fechamento das urnas.
Celebrações e reações internacionais à vitória de Sheinbaum
A vitória de Claudia Sheinbaum foi celebrada não apenas dentro do México, mas também internacionalmente. Personalidades como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente brasileiro, Lula, expressaram entusiasmo em trabalhar junto à nova presidente, destacando a importância de manter e fortalecer os laços entre seus países e o México.
No seu discurso de vitória, Sheinbaum agradeceu a todos que a apoiaram ao longo da campanha e enfatizou que sua vitória é um resultado do esforço conjunto. Ela prometeu liderar um governo marcado pela “austeridade republicana e disciplina fiscal”, garantindo que não haverá aumentos reais nos preços de combustíveis e eletricidade.
Perfil da nova presidente mexicana
Antes de sua entrada triunfal na política, Claudia Sheinbaum teve uma carreira distinguida na academia. Formou-se em física pela Unam e posteriormente especializou-se em engenharia ambiental. Ela também fez parte do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU, uma equipe que foi laureada com o Prêmio Nobel da Paz em 2007.
Nascida numa família judia, Sheinbaum sempre esteve envolvida com questões sociais e políticas. Sua trajetória política começou de fato quando se tornou secretária do Meio Ambiente da cidade do México, sob a gestão de Andrés Manuel López Obrador, atual presidente. Como prefeita da Cidade do México, Claudia enfrentou desafios significativos, como a pandemia de Covid-19 e a queda de uma linha do metrô.
A liderança de Sheinbaum, apoiada amplamente por López Obrador, sugere uma continuidade das políticas atuais, mas também indica novas direções que podem ser tomadas sob sua presidência. Com propostas audaciosas, como a reforma do sistema judiciário e um enfoque reforçado na transparência e no combate à corrupção, Sheinbaum promete manter a estabilidade do México.
A posse de Claudia Sheinbaum está marcada para 1º de outubro, e até lá, López Obrador continua na presidência, garantindo uma transição suave e organizada para o novo governo.