Depois de analisar os relatórios sobre falsificações registradas no de 2023 do medicamento Ozempic, indicado por médicos para pacientes que possuem diabetes tipo 2, e usado incorretamente para perda de peso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta global sobre as adulterações do produto — inclusive, há casos da prática no Brasil — e informou os lotes dos falsos remédios em comunicado oficial à imprensa na última quinta-feira (20). O informe também destaca que a principal preocupação da entidade envolve o risco de contaminação por substâncias desconhecidas ou nocivas com uma droga que é injetável.
Ainda de acordo com a OMS, o alerta sobre os produtos com o princípio ativo semaglutida leva em conta episódios constatados em solo brasileiro. No resto do mundo, Reino Unido e Irlanda do Norte detectaram casos em outubro de 2023, junto como a notificação realizada nos Estados Unidos em dezembro do mesmo ano. A entidade revela que seu sistema global de vigilância tem notado um aumento significativo no número de relatórios sobre falsificação de medicamentos dessa natureza desde 2022.
Em nota, Yukiko Nakatani, diretora-geral adjunta de Medicamentos Essenciais e Produtos de Saúde da OMS, destacou que a entidade solicitou às partes interessadas para que suspendam qualquer utilização dos medicamentos suspeitos e que comuniquem as autoridades competentes.
Quais são os riscos do Ozempic falsificado
O alerta da OMS também leva em consideração que as modificações ilegais podem causar problemas à saúde dos usuários das canetas, uma vez que não é possível confirmar quais são as substâncias presentes, tampouco garantir o controle de qualidade dos componentes e das agulhas vendidas.
A presença de insulina como ingrediente ativo, por exemplo, pode causar complicações imprevisíveis para os pacientes, algumas até graves, podendo levá-lo à morte. Diante deste cenário, a OMS orienta os usuários a comprar o medicamento apenas com receita médica e evitar locais de venda desconhecidos, especialmente na internet.
Orientações da OMS
O primeiro passo, segundo a OMS, é observar a embalagem, lote e data de validade do medicamento. Para evitar que a população utilize o produto irregular, a entidade divulgou quais são os lotes falsificados:
- 1. O número de lote LP6F832 com vencimento em 11/2025 (encontrado no Brasil) não é reconhecido;
- 2. A combinação do número de lote NAR0074 com o número de série 430834149057 não corresponde a registros de fabricação verdadeiros;
- 3. O número de lote MP5E511 é genuíno, mas o produto é falsificado.
Venda clandestinas no Brasil e no mundo
Na reta final de 2023, a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos EUA, emitiu comunicado sobre o recolhimento de milhares de unidades falsas do remédio da farmacêutica Novo Nordisk. Inclusive, o órgão controlador constatou que até as agulhas tinham sido adulteradas pelo laboratório, comprometendo ainda mais a segurança das canetas de semaglutida e aumentando os riscos de infecção.
Na ocasião, a FDA confirmou que houve cinco episódios relacionados a casos adversos com o lote falsificado, identificando que os pacientes apresentaram os seguintes sintomas:
- 1. Enjoos;
- 2. Vômito;
- 3. Diarreia,
- 4. Prisão de ventre e dores abdominais.
Cabe frisar que não houve relato de casos graves e os sintomas são semelhantes aos efeitos colaterais da medicação verdadeira. Por conta disso, a FDA pede atenção dos usuários na hora de comprar o medicamento, recorrendo sempre às farmácias autorizadas.
Em outubro do ano passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi notificada pela Novo Nordisk sobre a circulação de um lote falsificado do Ozempic no Brasil. Em resolução publicada no Diário Oficial da União (DOU), a agência divulgou que a farmacêutica informou que não reconhecia o lote LP6F832 como original, o que configura a falsificação. Logo, a orientação é verificar a embalagem com cautela.