Recentes descobertas científicas têm revelado a complexa relação entre o ácido linoleico e o câncer de mama triplo negativo. Este tipo específico de câncer é caracterizado pela ausência de receptores hormonais, o que o torna mais agressivo e difícil de tratar.
Pesquisadores identificaram que o ácido linoleico, um tipo de gordura poli-insaturada, presente nos óleos de cozinha, ativa uma via celular chamada mTORC1, que é responsável por estimular o crescimento celular.
O efeito do ácido linoleico é significativo no câncer de mama triplo negativo devido à presença elevada da proteína FABP5. Esta proteína, quando ligada ao ácido linoleico, intensifica a atividade da via mTORC1, promovendo um crescimento mais rápido dos tumores. Estudos em modelos animais, como camundongos, demonstraram que dietas ricas em ácido linoleico aceleram a multiplicação das células tumorais.
Quais alimentos são ricos em ácido linoleico?
O ácido linoleico é encontrado em diversos alimentos comuns, especialmente em óleos vegetais e produtos industrializados. Alguns dos principais alimentos ricos em ácido linoleico incluem:
- Óleo de soja
- Óleo de milho
- Óleo de girassol
- Carne de porco
- Ovos
- Produtos industrializados, como margarinas e molhos prontos
Embora o estudo não afirme que esses alimentos causam câncer diretamente, ele sugere uma possível ligação entre o consumo excessivo de ácido linoleico e o crescimento de tumores.
Como o estudo pode influenciar o tratamento do câncer de mama tripo negativo?
Os cientistas conduziram análises detalhadas de amostras de sangue e tecidos de pacientes com câncer de mama triplo negativo. Os resultados mostraram níveis elevados de ácido linoleico e da proteína FABP5 nesses pacientes. Isso sugere que a FABP5 pode servir como um marcador importante para o desenvolvimento de novos tratamentos.
A possibilidade de criar terapias que bloqueiem a ação dessa proteína ou reduzam o efeito do ácido linoleico é promissora. Além disso, há indícios de que o mecanismo observado pode estar presente em outros tipos de câncer e doenças crônicas, como obesidade e diabetes.
A dieta pode influenciar o risco de câncer?
Embora não se possa afirmar que a dieta seja a única responsável pelo desenvolvimento do câncer, a pesquisa sugere que o tipo de gordura consumida pode ter um papel significativo. Reduzir o consumo de óleos de sementes e optar por alternativas mais saudáveis, como azeite de oliva, pode ser uma escolha prudente.
Manter uma alimentação equilibrada, rica em vegetais, grãos e frutas, continua sendo uma das formas mais eficazes de proteger o organismo contra o câncer. Além disso, é importante considerar não apenas a quantidade, mas também a qualidade das calorias e gorduras ingeridas.