Em uma ação coordenada pela Polícia Federal, quatro indivíduos foram detidos em São Paulo sob suspeita de participação em uma organização criminosa dedicada à produção e distribuição de entorpecentes à base de nitazeno.
Este composto químico, recentemente identificado no Brasil, é considerado mais potente que o fentanil e a heroína, apresentando um alto risco de overdose.
A operação foi desencadeada após a primeira apreensão da substância em dezembro do ano passado. Durante a ação, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão, todos em endereços na cidade de São Paulo. Os suspeitos poderão responder por tráfico transnacional de drogas e organização criminosa.
Como a operação foi deflagrada?
A origem da operação remonta a uma apreensão realizada em 12 de dezembro, quando a Polícia Federal descobriu um laboratório clandestino em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo.
O local era utilizado para a fabricação de drogas sintéticas, conhecidas como drogas K. A análise do material apreendido revelou a presença de nitazeno, substância química de alto poder psicotrópico, importada ilegalmente.
Esta descoberta levou à investigação que culminou na operação atual, destacando a crescente preocupação com o uso de substâncias altamente potentes e perigosas no país.
O que é o nitazeno e por que é perigoso?
O nitazeno é uma substância que pertence a uma classe de compostos com potencial analgésico, mas que pode causar depressão respiratória e possui um alto risco de abuso e toxicidade.
Segundo especialistas, os nitazenos podem proporcionar efeitos semelhantes aos opioides, como a morfina e o fentanil, mas algumas variantes são mais potentes. Isso significa que doses menores são necessárias para atingir os efeitos desejados, aumentando o risco de overdose acidental.
Inclusão do nitazeno na lista da Anvisa
Em janeiro deste ano, a Polícia Federal solicitou à Anvisa a inclusão do nitazeno na lista de substâncias entorpecentes proscritas, o pedido foi acatado.
A partir de agora, o nitazeno é considerado uma droga de uso proibido, o que impacta diretamente no direito penal. Indivíduos envolvidos na produção, distribuição ou posse dessa substância podem enfrentar severas penalidades legais.