Atafona, um distrito de São João da Barra, no norte do Rio de Janeiro, enfrenta um desafio crescente: a erosão costeira. Cerca de 500 edifícios já foram engolidos pelo mar, deixando apenas memórias para os moradores mais antigos.
Esse fenômeno não é recente. Há pelo menos 70 anos, Atafona perde, em média, cinco metros de terreno por ano para o mar. Localizado no delta do rio Paraíba do Sul, que atravessa os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o distrito está no centro de um processo de erosão que, segundo pesquisadores, é em parte natural, mas também acelerado por ações humanas.
Quais são as causas da erosão em Atafona?
Dados indicam que a erosão costeira em Atafona é um processo natural que já ocorria antes da ocupação humana. No entanto, as intervenções no rio Paraíba do Sul, como a construção de barragens, têm acelerado esse processo.
As barragens reduzem a vazão do rio e a quantidade de sedimentos que ele transporta, criando um desequilíbrio entre a areia retirada pelo mar e a que deveria ser depositada pelo rio.
Além disso, o aquecimento global contribui para a elevação do nível do mar, agravando ainda mais a situação. Entre 1990 e 2020, o nível do mar na região subiu 13 centímetros e pode aumentar mais 21 centímetros até 2050, segundo um relatório da ONU. Esse aumento, combinado com ventos e ondas mais fortes, intensifica a erosão costeira.
População e futuro da cidade
Estudos anteriores sugeriram a remoção e realocação das famílias afetadas como uma solução para o problema. No entanto, essa proposta enfrenta resistência tanto do poder público quanto dos moradores locais, que relutam em abandonar suas casas.
O futuro de Atafona é incerto. Com o aumento contínuo do nível do mar e a erosão costeira, a comunidade enfrenta o desafio de preservar suas casas e modo de vida. A conscientização sobre a importância de cuidar do planeta e mitigar os efeitos das mudanças climáticas é crucial para encontrar soluções sustentáveis.