Mais de mil muçulmanos morrem durante peregrinação a Meca por motivo chocante
Número exato é divulgado por autoridades e escandaliza a comunidade internacional. Governo saudita foi criticado.
A grande peregrinação anual a Meca, conhecida como Hajj, foi especialmente difícil este ano. Sob o calor escaldante de até 51,8 ºC, a sagrada cidade de Meca testemunhou uma das suas jornadas mais desafiadoras. Estima-se que mais de mil pessoas de cerca de dez diferentes nacionalidades tenham perdido suas vidas durante o evento.
Em 2024, segundo informações de oficiais e diplomatas, foram 1.081 as tragédias fatalmente confirmadas. Entre os mais afetados, um destacável número de 658 peregrinos veio do Egito, muitos dos quais em situação irregular, tornando-os mais vulneráveis às inadequações climáticas.
O Hajj, que é um dos cinco pilares do Islamismo e deve ser realizado pelo menos uma vez na vida por todos os muçulmanos que têm condições para isso, ocorreu sob condições extremamente adversas este ano.
Situação em Meca
Localizada na Arábia Saudita, Meca enfrenta temperaturas extremamente altas durante o verão, podendo alcançar marcas que beiram os 52 ºC. Estas condições são amplificadas pela grande concentração de pessoas e pela intensidade dos rituais que envolvem longas caminhadas e grande exposição ao sol.
Confira medidas apontadas que podem ser adotadas para melhorar a segurança dos peregrinos:
- Reforço no sistema de cotas: Melhorar a distribuição e controle das cotas para garantir que todos os peregrinos estejam regularizados e aptos a receberem o suporte necessário.
- Estruturas com climatização: Aumentar a quantidade de abrigos climatizados ao longo dos locais de rituais.
- Alertas de saúde: Distribuir informação e orientações sobre os cuidados com a saúde no calor extremo, especialmente para idosos e pessoas com condições de saúde pré-existentes.
- Logística médica reforçada: Dispor de mais equipes médicas e postos de hidratação acessíveis durante o evento.
Além das mortes, também há registros de pessoas desaparecidas, com parentes em busca de informações através de redes sociais, divulgando fotos e apelos por qualquer notícia. A dimensão do evento e as condições de 2024 reforçam a necessidade de revisão contínua dos protocolos de segurança e suporte.
O governo saudita tem enfrentado críticas sobre a gestão do evento, especialmente quanto ao suporte a peregrinos não regulamentados e ao planejamento para condições climáticas adversas. Nas palavras do diplomata que presenciou o evento, “as pessoas estavam exaustas, e muitos não aguentaram o rigor do calor”. Este ano marcou novamente a importância do papel de “Custódio das Duas Mesquitas Sagradas”, um título dado ao rei Salman da Arábia Saudita, reforçando a responsabilidade de garantir a segurança durante o Hajj.