Herdeiros da Casas Bahia não receberam legado bilionário da Justiça
Confira todos os detalhes sobre a derrota judicial
Saul Klein, filho mais novo do fundador das Casas Bahia, Samuel Klein, recorreu à Justiça para exigir que seus irmãos e sobrinhos devolvam R$ 2,5 bilhões em doações feitas pelo pai, que faleceu em novembro de 2014. Ele argumenta que os valores deveriam ter partilha igual entre os herdeiros.
Os advogados de Saul, Ricardo Zamariola e Kátia Vilhena Reina, defendem o fato de que Samuel Klein transferiu, um antes de sua morte, todas as ações na Via Varejo para companhias offshore pertencentes aos herdeiros Michael Klein, Eva Klein, Raphael Klein e Natlie Klein. Elas totalizaram 25,1% da companhia.
Transferências realizadas por Samuel Klein
O argumento dos advogados de Saul consiste na contestação dessas transferências, as quais, segundo eles, configuram doações. Para os juristas, os herdeiros devem devolvê-los imediatamente. “As transferências patrimoniais gratuitas de Samuel Klein configuram doações, cujos valores devem ser devolvidos pelos beneficiários para que sejam igualados os quinhões de todos na sucessão“, escreveram na petição. Cabe destacar que José Francisco Matos ficará encarregado de avaliar o caso. Ele é da 4ª Vara Cível de São Caetano do Sul (SP).
A ação é mais uma tentativa de Saul contra seu irmão Michael Klein, que é o inventariante do espólio. Originalmente, o caçula procurou incriminar Michael por suposta falsificação da assinatura de Samuel nos documentos, incluindo os das doações. Sem sucesso, agora ele tenta anular essas transferências. Saul afirma que a fortuna deixada por seu pai deveria ser de aproximadamente R$ 3,5 bilhões, em vez dos R$ 500 milhões inicialmente considerados.
Reversão do prejuízo em meio ao conflito familiar
Na última quarta-feira (7), o Grupo Casas Bahia divulgou que teve lucro líquido de R$ 37 milhões no segundo trimestre deste ano. O resultado positivo reverte prejuízo de R$ 492 milhões apurado no mesmo período no ano passado e ocorre exatamente um ano após o lançamento do plano de reestruturação da companhia.
Já o indicador operacional medido pelo Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado apresentou queda de 3,5% no comparativo anual, para R$ 452 milhões. Mesmo assim, o declínio é menor que o observado no primeiro trimestre de 2024. Com isso, a margem Ebitda ajustada ficou 0,7 ponto percentual acima do resultado de um ano antes, em 7%.
Com isso, 12 meses após iniciar seu plano de reestruturação, com o objetivo de reduzir estoques, o grupo de varejo agora inicia uma segunda fase com “investimentos seletivos” em categorias-chave para a empresa. Entre eles, eletrodomésticos, dispositivos portáteis, móveis, televisores e celulares.
Neste período, a Casas Bahia reduziu o nível dos estoques para 82 dias, ante 97 dias no segundo trimestre de 2023 ou R$ 1,4 bilhão a menos. A varejista também concluiu a migração da venda de 23 subcategorias de produtos para seu marketplace. Na plataforma de comércio eletrônico do grupo houve um crescimento de 5,1% no volume bruto de mercadorias (GMV) na comparação com os primeiros seis meses do ano passado.