Uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU), realizada entre 2019 e 2024, revelou falhas significativas nos controles do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) contra descontos irregulares em aposentadorias e pensões. O estudo identificou um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões. Os relatórios destacaram a fragilidade do sistema, que se baseia em procedimentos “meramente formais” sem eficiência comprovada.
A Fragilidade dos Acordos de Cooperação
A investigação analisou 12 Acordos de Cooperação Técnica. Estes foram aprovados com base em informações fornecidas pelas próprias associações, muitas vezes sem verificações adequadas. Alterações nos estatutos das entidades, feitas próximas das datas dos acordos, levantam suspeitas de adaptações para legitimar descontos nos benefícios dos segurados.
Impacto e Reações Oficiais
Entre 2021 e 2024, os pedidos de exclusão de descontos indesejados aumentaram substancialmente. O INSS foi negligente ao ignorar alertas de sistemas internos e da Dataprev, falhando em identificar e mitigar inclusões indevidas de descontos. A Polícia Federal descobriu esquemas fraudulentos com assinaturas falsas e cadastros sem autorização, levando à prisão de suspeitos e apreensão de bens valiosos.
Medidas Futuras e Expectativas
Em resposta, o INSS implementou uma ferramenta para que segurados confirmem autorizações para descontos. As entidades envolvidas tiveram acordos suspensos até o fim das investigações. A CGU emitiu recomendações, que devem ser adotadas até dezembro de 2025, como a criação de registros biométricos para segurados e a revisão dos acordos existentes.
As investigações e medidas implementadas poderão afetar significativamente a estrutura do INSS e a confiança nas operações do sistema de Previdência Social. Os próximos meses serão críticos para o INSS, que precisa restaurar sua credibilidade e proteger os aposentados brasileiros de fraudes futuras.