Recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) convocou um comitê de emergência para discutir se o atual surto de mpox na República Democrática do Congo (RDC) representa, mais uma vez, uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII).
O mais alto título de alerta da OMS havia sido declarado para o surto da “varíola dos macacos“, como era conhecida a enfermidade, no final de julho de 2022. Porém, foi apenas em maio de 2023 que a organização decidiu rebaixar seu status, por conta da diminuição global do número de casos — assim como aconteceu com a COVID-19.
Situação atual
Agora, de acordo com a OMS, a tendência é justamente fazer o contrário. Isso porque a preocupação se volta para uma possível propagação da mpox para fora da RDC, país que registrou, somente neste ano, cerca de 8 mil casos, incluindo 384 mortes.
O comitê é formado por especialistas de diversas regiões do mundo, fornecendo consulta técnica e recomendações ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, para avaliar se o surto da doença configura o status. Cabe frisar que a decisão final é tomada por ele. Até o momento, a entidade não informou quando a reunião será realizada.
O que motivou o aumento no número de casos?
A principal suspeita por trás do aumento é a propagação de uma nova variante do vírus, conhecida como Clade Ib, que causa maior mortalidade, é mais fácil de transmitir e está circulando na África Central. Isso explicaria, em tese, os números altos de mortes pela enfermidade na RDC e em outros quatro países da região, onde não haviam sido relatados casos anteriormente — Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda.
Para se ter uma ideia, de 1º de janeiro de 2022 a 31 de março de 2024, foram notificadas em todo o mundo 185 mortes por mpox, um número relativamente baixo se comparado ao registrado esse ano na RDC. Diante deste cenário, o alerta da OMS é feito para desencadear uma resposta internacional coordenada e desbloquear financiamento para colaboração no compartilhamento de vacinas e tratamentos.
Mpox no Brasil
Vale destacar que, em terras brasileiras, a vacinação contra a doença começou em março do ano passado para grupos específicos. São eles:
- 1. Pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA);
- 2. Profissionais de laboratório que trabalham diretamente com Orthopoxvírus (a família do vírus da monkeypox);
- 3. Pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas.
Por outro lado, desde setembro do ano passado, o número de casos no nosso país estava em declínio considerável. No último mês de maio, quando os números de casos na África Central começaram a chamar à atenção das autoridades competentes, o Ministério da Saúde informou que monitorava as informações sobre a enfermidade compartilhadas pela OMS e por outras instituições como o Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, da África e da Europa. Na época, a pasta chegou a salientar, em nota, que o evento apresentava risco baixo, restrito ao país afetado.