Descubra os 2 novos remédios que serão distribuídos pelo SUS

Os medicamentos se fazem presentes na vida de milhares de brasileiros

Recentemente, o Ministério da Saúde (MS) anunciou que vai oferecer, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), dois novos medicamentos: a alfaepoetina e a hidroxiureia, ambos utilizados para tratar a doença falciforme, de forma gratuita. Para se ter uma ideia, os remédios podem chegar a R$ 200.

Vale mencionar que a disponibilização desses medicamentos deve ser feita em até 180 dias após a incorporação. Com isso em mente, nas próximas linhas, você confere os demais detalhes sobre a medida tomada pela pasta e como ela vai influenciar os brasileiros que dependem destes remédios para ter uma vida mais tranquila.

Quem vai se beneficiar da gratuidade?

A alfaepoetina é destinada para pacientes que apresentam declínio da função renal e piora do quadro de anemia, enquanto a hidroxiureia, na apresentação de 100 mg, é voltada para enfermos com pelo menos nove meses de idade, já a versão com 500 mg destina-se para pessoas de nove a 24 meses sem sintomas e complicações.

Para quem não sabe, trata-se da doença genética (passada pela família) com maior prevalência no país e no mundo, e tem alta concentração de diagnósticos e óbitos entre pessoas pardas e pretas. Para se ter uma ideia, no ano passado, 14.620 pacientes estavam recebendo tratamento da enfermidade por meio das Farmácias do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf) do SUS.

É um grande marco para a questão da anemia falciforme, uma doença em que cerca de 80% dos diagnósticos estão relacionados à população negra, sendo 52% desses em mulheres. E, ainda mais nesta semana em que celebramos o Dia Internacional das Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha“, destaca Carlos Gadelha, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics).

No período entre 2014 e 2020, quatro pessoas nasceram com falciforme a cada 10 mil nascidos no Brasil. A taxa de mortalidade é de cerca de 1,12 pessoas a cada 100 mil habitantes.

Diante deste cenário, o Ministério da Saúde tomou uma decisão importantíssima, visto que a alfaepoetina era um medicamento que ainda não estava disponibilizado para anemia falciforme no SUS, bem como a hidroxiureia na versão de 100 mg. “Com isso, a assistência farmacêutica amplia o acesso e direciona o olhar de forma mais cuidadosa para essas crianças, considerando principalmente os grupos que mais precisam de atenção especial“, destacou Marco Pereira, diretor do Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos.

Falciforme

A doença falciforme é uma condição degenerativa genética e hereditária causada por mutação no gene da hemoglobina (HbA), resultando na hemoglobina S (HbS). A mutação é recessiva, exigindo que ambos os pais possuam o gene. Geralmente, o diagnóstico é feito pelo “teste do pezinho” durante a triagem neonatal.

Cabe destacar que o diagnóstico tardio pode ser feito por meio da eletroforese de hemoglobina, um exame de sangue disponível na rede pública e oferecido às gestantes e seus parceiros durante o pré-natal.

Principais sintomas

Os indícios começam no primeiro ano de vida e podem afetar quase todos os órgãos e sistemas. A anemia falciforme, uma manifestação comum, altera o formato das hemácias, prejudicando a circulação e o fornecimento de oxigênio. Pacientes podem, ainda, sofrer com:

  • 1. Crises de dor;
  • 2. Icterícia;
  • 3. Anemia;
  • 4. Infecções;
  • 5. Síndrome mão-pé;
  • 6. Acidente Vascular Cerebral (AVC);
  • 7. Priapismo;
  • 8. Síndrome torácica aguda;
  • 9. Complicações renais e oculares.
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.