A escassez de arroz no Japão tem resultado em uma alta acentuada nos preços, com o custo de um saco de 60 kg alcançando US$ 184, pouco mais de R$ 1.020.
Desde o início de 2024, o mercado enfrenta essa situação devido a fatores climáticos e econômicos inusitados. A colheita foi significativamente prejudicada por ondas de calor e secas, o que agrava a disponibilidade do cereal, ainda que o país tenha reservas estratégicas.
Em resposta, o governo japonês está liberando suas reservas estratégicas, liberando quase 210 mil toneladas para tentar conter os preços e assegurar o fornecimento.
A combinação entre clima adverso e políticas agrícolas focadas em manter preços altos limita a produção e afeta diretamente os consumidores. No contexto de alta inflação, muitos consumidores recorreram a estocar arroz, tornando a situação ainda mais delicada.
Impacto econômico e social
O aumento do preço do arroz impacta não apenas supermercados, mas também cooperativas agrícolas, atacadistas e redes de restaurantes. A competição acirrada força consumidores a buscar alternativas mais acessíveis, como pães e macarrão.
Enquanto alguns comerciantes lidam com prateleiras vazias, em várias localidades formam-se filas extensas em supermercados. Essa dinâmica pressiona a economia doméstica e atinge redes de alimentação em escala nacional.
Além disso, a alta inflacionária no setor de alimentos fragiliza a economia familiar japonesa e acentua os desafios políticos. Movimentos para limitar o consumo de arroz crescem, dadas as dificuldades financeiras da população em geral.
Produção controlada
Historicamente, o Japão subsidiou agricultores para restringir a produção de arroz, estratégia destinada a proteger os rendimentos rurais. Entretanto, essa prática é criticada atualmente, especialmente em tempos de escassez.
A política de redução de terras cultiváveis foi encerrada, mas seus efeitos ainda ressoam, dificultando uma resposta mais rápida às flutuações de mercado e climáticas.
A liberação de reservas mostra uma tentativa de amenizar a crise, mas a dificuldade em atender à demanda interna permanece. A expectativa é que, sem ajustes nas políticas agrícolas, o problema persista e continue a inflacionar os preços do arroz.
Perspectivas futuras e ajustes necessários
Projeções para este ano indicam um aumento modesto na produção interna de arroz, mas esse incremento pode não ser suficiente para amortecer os efeitos da crise atual.
O governo já considera medidas adicionais, incluindo ajustes em importações, para complementar os estoques nacionais.
Com expectativa de uma melhora gradual nas colheitas, o desafio continua sendo alinhamentos políticos adequados para estabilizar os preços e garantir a segurança alimentar da população japonesa.