Nos últimos anos, a tecnologia de interfaces cérebro-computador (BCI) tem avançado significativamente, oferecendo novas esperanças para pessoas com deficiências motoras graves.
A Paradromics, uma empresa americana, está na vanguarda desses desenvolvimentos com seu chip Connexus. Este dispositivo foi projetado para ajudar pacientes a recuperar a comunicação, utilizando inteligência artificial para interpretar sinais cerebrais.
Recentemente, a Paradromics realizou um teste inovador em que o chip Connexus foi implantado e removido do cérebro de um paciente em apenas 20 minutos. O procedimento, realizado na Universidade de Michigan, foi conduzido por uma equipe de neurocirurgiões e biomédicos.
Como funciona o chip Connexus?
O chip Connexus utiliza inteligência artificial para decodificar sinais cerebrais, permitindo que pacientes com deficiências motoras graves possam se comunicar de maneira mais eficaz.
O dispositivo é capaz de interpretar se o paciente deseja falar, escrever ou mover um cursor na tela. Esta tecnologia é especialmente útil para pessoas afetadas por condições como esclerose lateral amiotrófica, acidente vascular cerebral e lesões na medula espinhal.
O chip é composto por 420 pequenas agulhas que atuam como eletrodos, registrando a atividade neural quando conectadas ao cérebro. Essa abordagem permite que o dispositivo capture sinais em nível de neurônios individuais, proporcionando uma qualidade de sinal superior em comparação com outras tecnologias disponíveis no mercado.
Quais são os desafios e próximos passos?
Embora o teste inicial do chip Connexus tenha sido bem-sucedido, ainda há desafios a serem superados antes que a tecnologia possa ser amplamente utilizada.
A Paradromics planeja iniciar ensaios clínicos no final do ano para avaliar os efeitos a longo prazo e a segurança do dispositivo. No entanto, a empresa ainda aguarda a aprovação de reguladores para avançar com esses estudos.
Além disso, a Paradromics enfrenta concorrência de outras empresas no campo das interfaces cérebro-computador, como a Neuralink, que também está desenvolvendo tecnologias semelhantes.
Paradromics vs. Neuralink: Quais são as diferenças?
A Paradromics e a Neuralink estão na linha de frente do desenvolvimento de interfaces cérebro-computador, mas suas abordagens tecnológicas diferem.
Enquanto o chip da Paradromics utiliza 420 agulhas como eletrodos, a Neuralink emprega 64 fios finos que somam mais de 1.000 eletrodos. Ambas as empresas visam registrar atividades no nível de neurônios individuais, mas suas metodologias variam.
Empresas concorrentes, como a Neuroscience e a Synchron, adotam uma abordagem diferente, registrando sinais de grupos de neurônios em vez de neurônios individuais. Essa diferença pode impactar a precisão e a aplicabilidade das tecnologias desenvolvidas por cada empresa.
O futuro das interfaces cérebro-computador
O desenvolvimento de interfaces cérebro-computador como o chip Connexus da Paradromics representa um avanço significativo na tecnologia médica.
Essas inovações têm o potencial de transformar a vida de pessoas com deficiências motoras graves, oferecendo novas formas de comunicação e interação com o mundo ao seu redor.
À medida que a pesquisa e os ensaios clínicos avançam, espera-se que essas tecnologias se tornem mais acessíveis e eficazes, proporcionando uma melhor qualidade de vida para os pacientes.