A Estação Internacional de Pesquisa Lunar (ILRS) é um projeto que visa estabelecer uma base de pesquisa científica na Lua.
O projeto é uma colaboração entre a agência espacial russa Roscosmos e a Administração Espacial Nacional da China (CNSA), com o objetivo de criar uma infraestrutura que permita operações autônomas de longo prazo e missões tripuladas de curto prazo.
Anunciado pela primeira vez em 2017, o projeto já conta com a participação de diversos países, incluindo Paquistão, Venezuela, Belarus, Azerbaijão, África do Sul, Egito, Nicarágua, Tailândia, Sérvia, Senegal e Cazaquistão.
A China tem planos ambiciosos de expandir ainda mais essa colaboração, convidando 50 países, 500 instituições internacionais de pesquisa científica e 5.000 pesquisadores estrangeiros para se juntarem à ILRS como parte de seu Projeto 555.
Quais são os recursos naturais da Lua?
A Lua possui uma variedade de recursos naturais que são de grande interesse para as nações que exploram o espaço. Entre esses recursos estão óxidos metálicos valiosos, regolito (o solo lunar), terras raras e, possivelmente, quantidades significativas de hélio-3, que é atraente, pois é considerado um potencial combustível para energia de fusão nuclear, uma fonte de energia limpa e quase ilimitada.
Além dos recursos minerais, a exploração lunar também oferece oportunidades para avanços científicos e tecnológicos. A pesquisa na Lua pode fornecer dados valiosos sobre a história do sistema solar e ajudar a desenvolver tecnologias que podem ser aplicadas em futuras missões espaciais, tanto tripuladas quanto não tripuladas.
Como a China está liderando a exploração espacial?
A China tem se destacado na exploração espacial, com o projeto ILRS sendo parte de sua estratégia para se tornar líder nesse campo. Desde 2013, o país tem enviado veículos não tripulados à Lua, liderando missões que mapearam a superfície lunar, incluindo o “lado escuro da Lua”. Em junho de do ano passado, a China se tornou o primeiro país a coletar rochas dessa região.
As primeiras peças da base lunar da ILRS serão instaladas pela missão chinesa Chang’e-8 em 2028. Esta missão também marcará a primeira tentativa da China de pousar um astronauta na superfície lunar, consolidando ainda mais sua posição como uma potência emergente na exploração espacial.
Impacto global da ILRS
A ILRS representa um marco significativo na cooperação internacional em exploração espacial. Com mais de uma dezena de parceiros internacionais, o projeto é visto como uma rival do programa de exploração lunar Artemis da NASA, que também busca estabelecer uma presença humana permanente na Lua.
O programa Artemis prevê a construção de uma estação espacial lunar orbital chamada Gateway a partir de 2027, com a participação de 55 países, incluindo a Agência Espacial Europeia (ESA).
Essa competição entre as nações pode acelerar o desenvolvimento de tecnologias espaciais e promover uma maior colaboração internacional. A exploração conjunta da Lua tem o potencial de unir países em torno de objetivos comuns, promovendo a paz e a cooperação global.