Falência da Volkswagen? Demissões em massa são anunciadas pela empresa

Gigante anunciou decisão e causou revolta entre trabalhadores. Sindicato se manifestou.

A Volkswagen anunciou nesta terça-feira uma série de medidas drásticas, incluindo a revogação de acordos trabalhistas que garantiam empregos até 2029 em seis fábricas alemãs. A maior montadora de automóveis da Europa está comprometida com um corte de custos significativo para competir com rivais asiáticos mais baratos.

A decisão marca um ponto de inflexão na história de 87 anos da Volkswagen, nunca antes cogitando fechamentos de fábricas em solo alemão. A notícia chocou o setor automotivo global e levou o governo alemão a entrar no debate.

Gunnar Kilian, diretor trabalhista da Volkswagen, esclareceu em um comunicado os motivos da decisão. “Devemos permitir que a Volkswagen reduza os custos na Alemanha para um nível competitivo, a fim de investir em novas tecnologias e novos produtos com nossos próprios recursos”, afirmou.

Para atenuar a incerteza em torno dos cortes, a Volkswagen se ofereceu para antecipar as negociações salariais. Originalmente previstas para começar em outubro, agora as discussões são urgentes e podem iniciar ainda este mês, segundo o conselho de trabalhadores da empresa.

A revolta dos trabalhadores 

A resposta dos trabalhadores foi imediata e firme. A presidente do conselho de trabalhadores, Daniela Cavallo, prometeu uma resistência feroz contra as demissões em massa e fechamento de fábricas, culpando a administração por levar a Volkswagen a esse impasse econômico.

O sindicato IG Metall sugeriu a adoção de uma semana de quatro dias de trabalho como uma alternativa viável para evitar o fechamento de fábricas, de acordo com um modelo de redução de custos dos anos 90. As negociações devem abordar essa e outras alternativas para mitigar os impactos.

Se as duas partes não chegarem a um acordo até junho de 2024, os acordos trabalhistas vigentes antes de 1994 entrarão em vigor. Isso traria uma “consequência maluca” descrita por Cavallo, incluindo aumentos salariais significativos para os trabalhadores das seis fábricas afetadas.

Os componentes salariais pré-1994 incluem:

  • Bônus de Natal
  • Pagamento adicional de férias
  • Bônus mais altos para horas extras

Embora esses aumentos sejam benéficos para os trabalhadores, podem resultar em demissões em massa por razões operacionais, uma prática não vista em décadas na Volkswagen.

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