Em uma coletiva de imprensa recente, o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, destacou um importante fator para o desequilíbrio fiscal do Brasil em 2024: as despesas com a Previdência Social. Percebe-se que essas despesas continuam a ser um desafio significativo, resultando em um aumento considerável em relação ao ano anterior.
Os dados do Resultado do Tesouro Nacional ressaltam um crescimento nas despesas totais, especialmente impulsionado pelos pagamentos previdenciários e precatórios. De janeiro a agosto de 2024, houve uma elevação de 7,1% nos gastos, totalizando um aumento de R$ 98,7 bilhões.
Os gastos com Benefícios Previdenciários apresentam uma das maiores variações, com um incremento de R$ 21,5 bilhões. A situação é agravada por outros incrementos, como nos Benefícios de Prestação Continuada (BPC), que cresceram R$ 10,4 bilhões.
Em agosto de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, os números revelam um aumento adicional de R$ 3,3 bilhões nas despesas gerais, destacando o persistentemente elevado custo dos Benefícios Previdenciários e outros programas sociais.
Impacto do BPC
O Benefício de Prestação Continuada continua a ser um dos pontos de crescimento mais notáveis, segundo Ceron. A taxa de crescimento acima de dois dígitos, culminando em 16,6% em apenas um ano, destaca a necessidade de um planejamento cuidadoso e eficaz. O aumento de R$ 10,4 bilhões somente este ano sinaliza a urgência de ajustes.
Diante do aumento contínuo das despesas e a necessidade imperativa de zerar o déficit público, o governo enfrenta o desafio de equilibrar as contas sem comprometer os benefícios sociais. Confira algumas medidas que estão sendo consideradas:
- Reformular a previdência: Considerar mudanças estruturais que garantam a sustentabilidade a longo prazo.
- Incrementar a receita: Implementar políticas de arrecadação mais eficientes para contrabalançar despesas crescentes.
- Aperfeiçoar a gestão: Otimizar a administração dos recursos destinados aos benefícios, reduzindo fraudes e desperdícios.
As palavras de Ceron deixam claro que, sem uma ação incisiva, o cenário fiscal permanecerá comprometido.