Na última semana, foi publicado na Nature, uma das principais revistas científicas do mundo, um alerta para lá de preocupante: segundo a pesquisa, daqui a 1 bilhão de anos, a humanidade verá a evaporação completa dos oceanos por conta do aumento gradual da luminosidade do Sol.
O estudo foi conduzido por uma equipe do Laboratório de Meteorologia Dinâmica da França, onde os cientistas reavaliaram as estimativas anteriores que situavam esse evento em escalas temporais mais curtas. Nas próximas linhas, confira todos os detalhes sobre a pesquisa e as perspectivas para o futuro.
Dados científicos preocupantes
De acordo com os pesquisadores franceses do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), o fenômeno natural não está ligado ao aquecimento global causado pelas atividades humanas, mas sim pela evolução do Sol. Ou seja, com o passar do tempo, a luminosidade do astro celeste aumenta. Estima-se que o fluxo solar médio atingirá um nível crítico de 375 W/m² — atualmente em 341 W/m² —, acarretando em um processo irreversível de evaporação dos mares da Terra.
O aumento exponencial na radiação solar, consequentemente, levará a um aquecimento global contínuo ao longo dos próximos milhões de anos. Os cientistas acreditam que os oceanos começarão a ferver, intensificando o efeito estufa e transformando gradualmente o nosso planeta em um local inabitável e incapaz de suportar a vida como conhecemos atualmente.
Vênus 2.0
Nos últimos levantamentos realizados, os pesquisadores sugeriram que a Terra poderia se tornar um planeta muito parecido com Vênus dentro dos próximos 150 milhões de anos. No entanto, os estudos mais recentes apontam para um prazo mais longo para esse cenário alarmante.
Além de prever o destino do nosso planeta, os cientistas calcularam a chamada “zona habitável” em torno de estrelas similares ao Sol, destacando que um planeta poderia permanecer habitável até cerca de 0,95 unidades astronômicas antes de perder sua água devido ao aquecimento solar.
Super-Terra é descoberta
Recentemente, a NASA, agência espacial dos Estados Unidos, descobriu um planeta próximo ao nosso, do qual batizaram de “Super-Terra“, com a ajuda do Satélite de Pesquisa de Exoplanetas em Trânsito (TESS). Oficialmente chamado de TOI-715b, o planeta pode ainda estar acompanhado de TOI-715c, outro planeta que, se confirmado, será o menor já descoberto pelo satélite estadunidense.
Segundo a NASA, o planeta maior, TOI-175b, tem cerca de uma vez e meia a largura da Terra e orbita dentro da zona habitável “conservadora” em torno de sua estrela-mãe. Contudo, a agência destaca que, para isso, vários outros fatores teriam que estar alinhados para que a água superficial estivesse presente, principalmente tendo uma atmosfera adequada.
Todavia, o planeta TOI-175b junta-se à lista de planetas da zona habitável que poderiam ser examinados mais de perto pelo telescópio Webb, talvez até em busca de sinais de atmosfera. “Muito dependerá das outras propriedades do planeta, incluindo a sua massa e se pode ser classificado como ‘mundo aquático‘, tornando a sua atmosfera, se presente, mais proeminente e muito menos difícil de detectar do que a de um planeta mais massivo“, explicou a agência norte-americana.