Recentemente, o telescópio espacial James Webb detectou a presença de minerais hidratados na superfície do asteroide 16 Psyche. O corpo celeste em questão é um dos mais integrantes e potencialmente valiosos que os astrônomos conhecem, e a NASA, agência espacial dos Estados Unidos, enviou, em 2023, uma espaçonave para explorá-lo.
De acordo com os cientistas, a descoberta de moléculas de hidroxila, compostas por átomo de hidrogênio e um átomo de oxigênio, em um dos objetivos mais brilhantes do cinturão de asteroides, localizado entre Marte e Júpiter, segue uma história mais antiga, totalmente diferente do que os especialistas esperavam.
Acredita-se que os metais que compõem o 16 Psyche poderiam valer aproximadamente US$ 10 quintilhões. Segundo o Visual Capitalist, a economia global valia cerca de US$ 105 trilhões no final do ano passado. Apesar dos valores exorbitantes, a NASA não pretende minerar o objeto espacial.
Colisão devastadora
A descoberta pode significar que, em vez de ser o núcleo metálico exposto de um protoplaneta que sofreu uma colisão catastrófica antes de se tornar um planeta — como os astrônomos acreditavam —, o 16 Psyche pode ser um asteroide originário de além da “linha da neve” do Sistema Solar. Para quem não sabe, a linha da neve é a distância mínima do Sol, ambiente em que as temperaturas são baixas o suficiente para que a água se transforme em gelo.
A alteração tem implicações sobre o que a agência estadunidense encontrará no asteroide a partir de 2029, quando sua espaçonave chegará ao 16 Psyche e, possivelmente, sobre a distribuição da água pelo Sistema Solar e a busca de vida fora da Terra.
Exposição do núcleo
A pesquisa, que utilizou as capacidades infravermelhas do telescópio James Webb, desafia o que se sabe sobre asteroides como o 16 Psyche, classificados como asteroides de classe M. “Nossa compreensão da evolução do Sistema Solar está intimamente ligada às interpretações da composição dos asteroides, particularmente dos asteroides de classe M que contém maiores concentrações de metal“, disse a Dra. Stephanie Jarmak, do Centro de Astrofísica de Harvard & Smithsonian, em Cambridge, Massachusetts (EUA).
Vale destacar que a especialista é a principal autora de um artigo publicado no Planetary Science Journal sobre o assunto nesta semana. “Esses asteroides foram inicialmente considerados os núcleos expostos de planetesimais diferenciados, uma hipótese baseada em sua semelhança espectral com meteoritos de ferro“, completou.
Nebulosa solar
Até o momento, não se sabe se o 16 Psyche sempre possui água ou se ela surgiu por outros asteroides que colidiram com ele. “Os asteroides são restos do processo de formação planetária, então suas composições variam dependendo de onde eles se formaram na nebulosa solar“, explicou a Dra. Anicia Arredondo, coautora do Southwest Research Institute, em San Antonio, Texas (EUA). De acordo com ela, se a água sempre esteve no asteroide, é improvável que ele seja o núcleo remanescente de um protoplaneta. A NASA explica que a nebulosa solar é a nuvem giratória de poeira e gás que colapsou sobre si mesma e deu origem ao Sol.