O crescente impacto da atividade humana sobre os sistemas naturais da Terra tem gerado uma crise ambiental sem precedentes. Estudos recentes indicam que a deterioração dos recursos naturais está agravando a insegurança energética, alimentar e hídrica, além de aumentar os riscos de doenças, desastres e conflitos.
No centro dessa problemática estão os chamados limites planetários, que alertam para a necessidade urgente de repensar a relação entre sociedade e meio ambiente.
Os limites planetários representam barreiras fundamentais que não devem ser ultrapassadas, para garantir a estabilidade do sistema terrestre. Quando esses limites são ignorados, enfrentamos potenciais consequências catastróficas para o bem-estar humano e a biodiversidade global.
Até agora, sete de oito dos limites críticos identificados em um importante relatório já foram transgredidos, revelando a urgência de ações corretivas.
Limites planetários já ultrapassados
Os limites planetários relacionados à integridade funcional, área do ecossistema natural e clima já foram rompidos. A integridade funcional é essencial para a preservação de paisagens naturais que contribuem para o bem-estar humano. A área do ecossistema natural está ameaçada pela transformação de terras para atividades urbanas e agrícolas, impactando negativamente o ciclo de carbono e a preservação das espécies.
Além disso, o aquecimento global, parte do limite climático, apresenta riscos significativos, como temperaturas extremas, escassez de água potável e insegurança alimentar.
Os ciclos de nitrogênio e fósforo, ambos fundamentais para a agricultura, também estão em estado de transgressão. Em excesso, esses nutrientes poluem solos e águas, prejudicando a qualidade de vida e causando problemas ambientais.
O fluxo de água superficial e o uso excessivo de águas subterrâneas são outros pontos críticos, prejudicando ecossistemas aquáticos e aumentando o risco de inundações.
Poluição do ar agrava a crise
Além dos sete limites já mencionados, a poluição do ar, associada a aerossóis e partículas suspensas, como fuligem e poeira, constitui um problema grave em nível local em várias partes do mundo. Ela está vinculada a cerca de 9 milhões de mortes prematuras anuais, afetando especialmente saúde humana e qualidade do ar e da água.
A presença de poluentes no ar representa um dos desafios mais urgentes na agenda ambiental global.