A chamada “mulher fantasma dos concursos” entrou no radar da Polícia Federal como peça central em um sofisticado esquema de fraude que envolvia o CNU (Conselho Nacional Universitário) e diversos certames públicos. Segundo investigações, ela atuava silenciosamente, movendo recursos, motivando candidatos e conectando redes de fraude com distinto perfil de anonimato.
Ela atuava como elo oculto: intermediária entre candidatos e operadores, responsável por “apagar rastros”, coordenar compras de documentos falsos e garantir que materiais de prova fossem manipulados. Os investigadores identificaram que ela usava laranjas e empresas de fachada para canalizar pagamentos milionários e realizar transferências internacionais. Também teria sustentado comunicação sigilosa entre equipes de fraude em diferentes estados.
O apelido “fantasma” decorre de sua invisibilidade pública: quase não aparece em mídias sociais, evita imagens e se comunica via canais criptografados. Somente após quebras de sigilo bancário e interceptações controladas foi possível conectá-la aos líderes do esquema do CNU. Os indícios mostram que ela articulou decisões de escala nacional, mapeou concursos vulneráveis e manteve listas de “candidatos privilegiados”.
A prisão e acusação da “mulher fantasma” reforçam que estruturas fraudulentas em concursos são altamente organizadas, com hierarquia oculta e divisão de tarefas invisíveis aos olhos públicos. A atuação da PF tende a servir de alerta: candidatos, bancas e autoridades devem exigir transparência, auditoria externa e mecanismos de segurança robustos. O combate exige punir lideranças ocultas, não apenas cabos menores do esquema.