Investigação recente expôs como se estruturava o esquema que adulterava resultados de concursos públicos nacionais. O modelo envolvia conluio entre bancas, operadores internos e candidatos pagos, usando técnicas como vazamento de gabaritos, interlocução dentro de salas de prova e manipulação de correções.
O esquema começava na preparação: integrantes do grupo introduziam candidatos “fantasmas” com informações privilegiadas, distribuíam salas com menos fiscalização e implantavam dispositivos eletrônicos ou mecanismos de comunicação clandestina. Durante a aplicação, fiscais cúmplices monitoravam corredores e podiam alertar candidatos, enquanto, na correção, gabaritos viciados eram aplicados em lote ou corrigidos manualmente por cadernos específicos. Documentos falsificados comprovavam presença ou etapas realizadas irregulares.
A descoberta do esquema envolveu cruzamento de padrões estatísticos (por exemplo, sequências idênticas de erros em locais diferentes), denúncias de candidatos excluídos, auditorias ligadas à movimentação financeira e interceptações legais. Operações de prisão e busca e apreensão derrubaram lideranças e permitiram acesso a material de prova que revelou redes nacionalmente articuladas.
Com a exposição, órgãos públicos passaram a revisar protocolos de segurança: biometria obrigatória, aleatorização de provas por sala, circuitos fechados de vigilância e fiscalizações cruzadas independentes. Também há proposições legislativas para endurecer penalidades. Para candidatos honestos, o escândalo reforça importância de escolher certames com bancas de reputação consolidada e atenção redobrada ao edital.