O programa “Crédito do Trabalhador” traz uma nova alternativa para quem trabalha com carteira assinada: o empréstimo consignado que permite usar parte do FGTS como garantia. A contratação pode ser feita de forma digital, com taxas mais acessíveis, mas é importante seguir alguns passos e conhecer bem as regras para evitar surpresas.
Quem pode pedir
- Trabalhadores com carteira assinada (CLT), incluindo domésticos, rurais ou vinculados a MEI, têm direito de solicitar o crédito.
- É necessário ter margem consignável disponível — ou seja, haver parte do salário que possa ser comprometida mensalmente para pagamento do empréstimo.
- Também é importante estar com os dados trabalhistas atualizados, especialmente no eSocial ou em sistemas oficiais que alimentam o registro do trabalhador.
Etapas para solicitar
- Simule o empréstimo
Use aplicativos oficiais ou plataformas digitais que façam simulação — como a Carteira de Trabalho Digital — para saber quanto você pode tomar emprestado, qual será o valor das parcelas e quanto isso vai comprometer do seu salário. - Escolha a instituição financeira
Algumas instituições já estão habilitadas para ofertar o Crédito do Trabalhador. Compare propostas, taxas e condições. A concorrência pode ajudar a conseguir juros menores. - Contrato digitalizado
Depois de escolher a proposta, assinatura eletrônica ou digital facilita o processo. O contrato deverá prever uso do FGTS como garantia, se for essa sua opção. - Averbação do contrato
O novo contrato precisa ser averbação nos sistemas oficiais — ou seja, formalizar a existência do empréstimo consignado no sistema do governo. Isso ativará o desconto em folha ou em salário. - Desconto da parcela
A parcela mensal será descontada diretamente no pagamento, conforme o vínculo empregatício, e em geral não pode ultrapassar determinado percentual da renda líquida do trabalhador.
Regras importantes que você precisa saber
- A parcela consignada tem limite máximo de comprometimento do salário, para garantir que você continue com condições mínimas de sustentar suas despesas básicas.
- O uso do FGTS como garantia traz facilidades, mas exige atenção: em caso de demissão sem justa causa, parte ou totalidade do FGTS usado pode ficar comprometida.
- O programa prevê responsabilidades tanto para trabalhador quanto empregador: este último deve realizar os descontos corretamente, obedecer prazos de escrituração em sistemas oficiais, e gerar guias de pagamento ou recolhimento via FGTS Digital ou mecanismo equivalente.
Por que essa modalidade pode valer a pena
A possibilidade de acessar crédito com juros mais baixos do que o convencional — especialmente para quem já tem vínculo formal de trabalho — pode ser vantagem significativa. Esse modelo também ajuda a substituir empréstimos mais caros, como rotativos de cartão ou cheque especial, liberando parte da renda para usos mais estratégicos.