A disseminação de informações incorretas sobre a suposta venda de uma reserva de urânio na Amazônia para a China gerou grande alvoroço nas redes sociais. Apesar das publicações enganosas afirmarem que o governo brasileiro teria vendido a maior reserva de urânio do país, a realidade revela uma história bem diferente.
A venda envolveu a empresa Mineração Taboca S.A., que na verdade produz estanho no estado do Amazonas, e não urânio, como foi falsamente divulgado.
A Mineração Taboca S.A., situada na região da mina de Pitinga em Presidente Figueiredo, foi de fato comprada pela China Nonferrous Trade Co. Ltd., uma subsidiária de uma estatal chinesa. No entanto, é importante destacar que essa transação foi uma negociação privada entre empresas, sem participação direta do governo brasileiro, e não incluiu a venda de nenhuma reserva de urânio.
Monopólio do urânio
De acordo com a Constituição brasileira, a exploração de urânio em território nacional é monopólio da União. A responsabilidade de pesquisa, extração e comercialização do urânio e materiais nucleares é exclusiva da Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Portanto, qualquer alegação de que o governo teria vendido uma reserva de urânio para qualquer país seria infundada sem uma mudança constitucional expressa.
Fatos sobre a venda da Mineração Taboca
A negociação que resultou na venda da Mineração Taboca S.A. foi realizada entre a Minsur S.A., empresa peruana que controlava a mineradora, e a China Nonferrous Trade Co. Ltd. A principal atividade da mineradora envolve a exploração de minerais como cassiterita, nióbio e tântalo, além da produção de estanho refinado.
Enquanto a mina de Pitinga possui resíduos que contêm urânio, eles são descartados por falta de tecnologia viável para a extração deste material associado.