Uma proposta de emenda à Constituição (PEC) busca reconfigurar o modelo de trabalho conhecido como escala 6×1 no Brasil. Essa fórmula, amplamente utilizada em setores como comércio e indústria, estabelece que o trabalhador atua por seis dias consecutivos, seguidos por um dia de descanso.
A PEC, defendida por membros do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), é uma tentativa de promover uma melhor qualidade de vida aos trabalhadores, permitindo-lhes mais tempo para lazer e compromissos pessoais.
A mudança propõe a substituição da jornada atual por um modelo de trabalho mais flexível, semelhante aos experimentos de jornada de quatro dias, que já estão sendo testados em algumas empresas brasileiras.
A ideia é flexibilizar a distribuição das horas trabalhadas semanalmente, sem aumentar o total de 44 horas, visando permitir mais dias de folga durante a semana.
Impacto econômico potencial da mudança na escala de trabalho
A alteração das escalas de trabalho levanta questões significativas sobre custos e produtividade. Para as empresas, uma mudança como essa pode resultar em aumento nos custos operacionais, uma vez que seria necessário contratar mais funcionários para cobrir os dias extras de folga.
Os encargos sociais relacionados à contratação de novos funcionários também são vistos como potenciais desafios financeiros para o empresariado.
Por outro lado, defensores da proposta argumentam que a melhora no equilíbrio entre a vida pessoal e profissional pode levar a maior produtividade e satisfação dos empregados. Empresas que adotaram a semana de quatro dias reportaram resultados positivos, sugerindo que a felicidade do trabalhador pode, de fato, beneficiar o desempenho organizacional.
Desafios políticos na implementação da PEC 6×1
Apesar do apelo popular, refletido em uma petição que reuniu 1,3 milhão de assinaturas, a proposta enfrenta dificuldades na arena política. Para que a PEC avance no Congresso, é necessário o apoio de ao menos 171 deputados ou 27 senadores, um obstáculo ainda não superado.
Até o momento, apenas 71 deputados na Câmara endossaram formalmente a medida.
A PEC é apoiada principalmente por parlamentares do PT, PSOL e outros partidos de esquerda, que veem na proposta uma maneira de modernizar as relações trabalhistas no país. No entanto, a falta de consenso entre partidos e o impacto econômico projetado dificultam o progresso da iniciativa dentro do Congresso Nacional.